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O Programa IAC-QUEPIA, que une o Instituto Agronômico à indústria de vestimentas de proteção, esteve no centro de uma reunião recente do Comitê Mundial da ISO – International Standartization Organization - realizada na cidade de Leeds, no Reino Unido. Cientistas da ISO, entidade responsável por atribuir padrões de qualidade a diferentes áreas da indústria global, receberam uma proposta do Programa IAC-QUEPIA que visa a elevar a qualidade de roupas protetivas usadas na aplicação de agrotóxicos.
Os detalhes desse projeto, que posiciona o Brasil entre os países mais avançados do mundo na adoção de esforços de proteção ao trabalhador rural, serão conhecidos hoje no estande do IAC-SP na Agrishow. Denominado Programa IAC de Qualidade de Equipamentos de Proteção na Agricultura, o “QUEPIA” é coordenado pelo pesquisador científico Hamilton Ramos, do Centro de Engenharia e Automação do IAC (CEA-IAC) de Jundiaí-SP.
No Brasil, o Programa IAC/QUEPIA detém a atribuição de certificar a qualidade de vestimentas de proteção rural produzidas pela indústria nacional. Empresas brasileiras que submetem seus produtos à avaliação do órgão, e obtêm aprovação nos testes de segurança, recebem o Selo IAC-QUEPIA de Qualidade.
De acordo com Hamilton Ramos, a proposição levada ao Comitê da ISO reunido em Leeds resulta de um acordo de cooperação tecnológica mantido entre o CEA-IAC e a Universidade de Maryland, dos Estados Unidos, representada pela cientista Anugrah Shaw. Shaw é a pesquisadora-coordenadora do desenvolvimento da Norma ISO 27065, a diretriz-base mundial para a certificação de qualidade de vestimentas de proteção usadas em lavouras.
Os dois cientistas, explica Ramos, atuam para promover mudanças na norma ISO 27065, aplicável à avaliação da qualidade de vestimentas rurais empregadas por trabalhadores na aplicação de agrotóxicos. Ramos e Shaw dedicam-se, ainda, ao desenvolvimento de uma norma de qualidade ISO específica para luvas de proteção, acessórios igualmente usados no manejo de agrotóxicos.
Em mais dez anos de atuação, ressalta Ramos, o Programa IAC de Qualidade de EPIs na Agricultura (QUEPIA) fez do Brasil o país pioneiro na adoção de uma legislação baseada em normas da ISO, para prover segurança ao trabalhador que lida com agrotóxicos. Cálculos do IAC apontam que cerca de 2 milhões de pessoas exercem essa função no País nos dias de hoje.
Segundo Hamilton Ramos, o protocolo de dados levado ao Comitê da ISO em Leeds será objeto de novas análises e estudos realizados em laboratórios de todo o mundo. É possível, diz o pesquisador, que uma conclusão a respeito desse ensaio seja apreciada na próxima reunião do Consórcio Internacional para a Segurança de EPI na Agricultura, que acontecerá no Brasil no mês de outubro deste ano.
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