Começa evento científico nacional único sobre matéria orgânica, carbono e nitrogênio em ambientes naturais e agrícolas
Com objetivo de conhecer a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), estão sendo recepcionadas no Departamento de Ciências Florestais (LCF), a doutoranda Dzigbodi Afiwa Akpene e a professora Dzifa Adzo Kokutse, do Departamento de Botânica e Ecologia Vegetal da Universidade de Lomé, da República de Togo, África. Gilles Chaix, pesquisador do Centre de coopération internationale en recherche agronomique pour le développement (CIRAD) e atualmente professor visitante do LCF, é o mentor da visita.
Segundo Gilles, existe cooperação técnico-científica entre o Centro e outras instituições da França e de Togo há mais de 10 anos. “Temos pesquisas em comum sendo realizadas em Lomé e em Montpellier. Os trabalhos são voltados para o melhoramento das árvores e da qualidade da madeira de Tectona grandis - teca -, além das árvores de outras espécies florestais introduzidas ou naturais de Togo”.
Mario Tomazello Filho, coordenador do Laboratório de Anatomia, Identificação e Densitometria de Raios-X em Madeira do LCF, é quem recepciona as pesquisadoras de Togo ao lado de Gilles. Além disso, coordena com professora Dzifa, as atividades de pesquisa da doutoranda Dzigbodi relacionadas ao melhoramento e a qualidade da madeira de árvores de teca cultivadas em Togo e Benin.
Além das análises laboratoriais das amostras de madeira de teca, Dzifa e Dzigbodi vieram em missão de trabalho para a ESALQ. “Mais do que uma visita técnico-científica, estou envolvida diretamente em atividades de laboratório no Departamento de Ciências Florestais e de outros departamentos da ESALQ” relata Dzigbodi. A doutoranda chegou à Piracicaba no final do mês de agosto e permanece até novembro, desenvolvendo, também, atividades de pesquisa de cultura de tecidos e de propagação vegetativa e áreas relacionadas. Para tanto, ela está realizando experimentos nos laboratórios de Fisiologia das Árvores, do LCF, de Genômica e Biologia Molecular de Plantas, do Departamento de Ciências Biológicas (LCB), e no laboratório de Genética Fisiológica, do Departamento da Genética (LGN).
Segundo Tomazello, estão sendo encaminhados os documentos para a formalização de convênio de cooperação entre a ESALQ e a instituição africana, uma vez que, segundo o docente, há interesse comum no desenvolvimento de pesquisas com árvores de teca e de outras espécies. “A nossa realidade é próxima a de Togo, tanto em relação ao clima como à cultura”. Tomazello afirma que a política externa do Brasil também colabora para o intercâmbio técnico-científico e contatos com instituições de pesquisa em países da África. Outras facilidades atuais referem-se aos serviços das embaixadas nos dois países e, até voos diretos entre o Brasil e Togo, sem escala na Europa.
Gilles Chaix acalenta que, o convênio prevê a possibilidade do intercâmbio de professores e de alunos da Universidade de Lomé, que atualmente participam das pesquisas com o CIRAD, como também, docentes e discentes da ESALQ. Gilles conta que na República de Togo não existem grandes áreas de florestas naturais, o que destaca a importância da realização das pesquisas no Brasil, pelas suas condições climáticas, em relação às da França.
Dzifa destaca que os contatos e a experiência em sua permanência por quatro semanas na ESALQ têm sido muito importantes. “O que mais surpreendeu foi, a diversidade de pesquisas realizadas nos inúmeros laboratórios e a quantidade de equipamentos à disposição dos alunos e professores, que são todos muito receptivos”. Neste aspecto, Dzigbodi relata que na ESALQ o acesso e a comunicação com os professores e alunos são importantes e informais, o que facilita a rotina das atividades de pesquisa. “O que mais me impressionou foi a autonomia dos estudantes para trabalhar nos laboratórios, já que existe toda uma estrutura e apoio tecnológico para o desenvolvimento da ciência”, conclui.
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