Monitoramento de pragas na lavoura diminui custos com aplicação em Mato Grosso
Oitenta pessoas, entre pesquisadores, professores, bolsistas e estudantes, participaram nesta segunda-feira (14/10) da abertura do 10º Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas (XEBSH), evento que vai até o dia 18/10, na Embrapa Arroz e Feijão. Com o intuito de discutir o aprofundamento do conhecimento sobre o papel da matéria orgânica e a qualidade ambiental, o encontro teve como foco, em seu primeiro dia de realização, a apresentação de estudos científicos sobre o biocarvão, ou em inglês, biochar. O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, fez a abertura.
O biocarvão é um carvão para uso agrícola, originado da biomassa de qualquer fonte animal ou vegetal, transformada por um processo de aquecimento na falta ou sob a baixa concentração de oxigênio (pirólise) e cujo produto final é aplicado ao solo. Os estudos relatados no encontro apontam a possibilidade de uso do biocarvão como condicionador do solo, melhorando suas propriedades físicas, químicas e biológicas, aumentando a umidade e evitando perdas de nutrientes por lixiviação ou percolação. Ou seja, trata-se de uma alternativa para combater a degradação do solo e com potencial de contribuir para a produtividade na agricultura.
Além disso, o biocarvão possui a capacidade de mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais. Isso porque fontes de alta emissão de carbono para a atmosfera, como resíduos urbanos sólidos (lodo de esgoto, lixo orgânico, restos de podas de árvores etc.), bem como resíduos agrícolas (cascas de castanhas, bagaço de cana e estercos etc.), podem ser transformados em formas estáveis de carbono, isto é, em biocarvão, empregando-se o processo de pirólise. Com isso, o carvão agrícola torna-se também um elemento de interesse por sua capacidade de sequestrar carbono, retende-o no solo.
Adicionalmente, as tecnologias de produção do biocarvão, como produto principal ou secundário do processo de pirólise, são capazes ainda de gerar óleo ou gás, abrangendo, portanto, não apenas o uso agrícola, mas também podendo ser empregada como matriz para a geração de bioenergia.
Por se tratar de um tema cujas pesquisas são relativamente recentes, a discussão científica e crítica acerca do biocarvão foi abordada ao longo de todo o dia desta segunda-feira e envolveu assuntos como diferentes métodos de pirólise, de aplicação do carvão agrícola no solo, de uso de fontes para geração do biocarvão, assim como de testes sobre a influência do biocarvão em relação à microfauna do solo.
Hoje (15/10), durante o 10° EBSH, haverá a formação e primeira reunião do Grupo Brasileiro de Biocarvão, que iniciará suas atividades, vinculado ao Grupo Brasileiro da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas. O objetivo deste Grupo é criar fórum para discussão científica no tema e oferecer oportunidade para compartilhar experiências entre centros de pesquisa que desenvolvem estudos com biocarvão.
O XEBSH prossegue nesta terça-feira com o tema: "Estrutura, formação e caracterização das substâncias húmicas e da matéria orgânica natural". Para saber mais, acesse http://www.cnpaf.embrapa.br/eventos/xebsh/index.php.
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