Aracaju/SE sedia Semana técnico-científica das culturas de coco e citros
Foi encerrado na noite desta quinta-feira (8), no Centro de Eventos da AMRIGS, em Porto Alegre/RS, o Simpósio Estadual de Agroenergia e a IV Reunião Técnica de Agroenergia. Na oportunidade, representantes das entidades promotoras – Emater/RS-Ascar, Embrapa Clima Temperado, Fepagro e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – avaliaram os três dias de programação dos eventos.
Para o engenheiro agrônomo e coordenador do Simpósio pela Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri, a participação do público e interação com os palestrantes foram um dos pontos altos do evento, “mesmo com uma programação intensa e bastante técnica”, ressalta. Conforme Rugeri, os objetivos propostos foram atingidos, com os palestrantes e painelistas apresentando desde as políticas públicas dos governos estadual e federal, a situação atual e as perspectivas para a cadeia dos biocombustíveis. “Também tivemos a exibição de mais de 130 pôsteres relacionados às culturas energéticas e às tendências de médio e longo prazo para as energias renováveis”, frisa. Outro ponto de destaque foi a atenção dada à agricultura familiar. “Percebeu-se, nos inúmeros trabalhos apresentados, uma preocupação com a inserção produtiva e social de agricultores familiares e com a sustentabilidade da produção agrícola, buscando novas alternativas”, afirma Rugeri.
A diversificação de matérias-primas para a produção de biocombustíveis também foi comentada pela pesquisadora e coordenadora do Simpósio pela Fepagro, Caren Regina Cavichioli Lamb. “Foram apresentadas outras possibilidades para a obtenção de etanol, a partir do sorgo, e de biodiesel, através da canola e girassol”, destacou. Para Caren, um dos pontos altos do evento foi a assinatura do convênio de cooperação técnica firmado entre a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), representada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e a Embrapa, e que definiu a realização de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias agronômicas e industriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, desenvolvimento de novos insumos e formação de recursos humanos, além da indicação de nove novas variedades de cana-de-açúcar ao Rio Grande do Sul - opinião compartilhada pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado Sergio Delmar dos Anjos e Silva. “Apresentamos variedades voltadas à produção de álcool e que, durante os testes, demonstraram média e alta produtividade. Nos três anos de experimentação, o rendimento médio ficou em 96 toneladas por hectare, mesmo enfrentando épocas de estiagem. Esse trabalho vai mudar a realidade do etanol no Estado. Podemos passar dos atuais 37 mil hectares para cerca de 300 mil hectares dedicados à cultura num prazo de 10 anos”, projeta Silva.
O pesquisador da Embrapa Clima Temperado destacou, ainda, o trabalho que vem sendo feito, em parceria, pelas quatro instituições promotoras do evento. “São organizações que têm mantido um programa de biocombustíveis para o Rio Grande do Sul e gerado grandes possibilidades, principalmente na formação de recursos humanos”, frisou. O professor do Departamento de Solos da UFSM, Sandro José Giacomini, representante da instituição durante o Simpósio, elogiou o empenho das instituições promotoras e a realização paralela da 4ª Reunião Técnica de Agroenergia, por favorecer a troca de experiências e conhecimentos na produção de biocombustíveis no Rio Grande do Sul, especialmente de etanol. “Mostramos que o Rio Grande do Sul pode produzir etanol e diminuir a dependência de outros Estados”, afirmou. Conforme Giacomini, o próximo Simpósio será realizado em Santa Maria e terá a coordenação da UFSM. “Queremos contemplar também a questão ambiental dos novos cenários para a agroenergia”, explicou.
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