Encontro discute convivência da pecuária com a agricultura

31.10.2012 | 21:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

A 41ª Etapa do Fórum Permanente do Agonegócio iniciou na manhã desta terça-feira (30), no auditório do Park Hotel Morotin, em Santa Maria/RS, com um público superior a 800 pessoas. O superintendente do Senar-RS, Gilmar Tietböhl, abriu os trabalhos falando sobre o tema do encontro e dos seus objetivos: “Nessa oportunidade, estamos trazendo estudiosos e técnicos no assunto de bovinocultura de corte para discutir qual a melhor forma de alcançar a excelência para competir com outros mercados sem precisar brigar por espaços com a nossa própria agricultura, mantendo renda e qualidade de vida na produção pecuária”, argumentando sobre a pergunta do evento “De onde virão os terneiros?”.

Na cerimônia de abertura também participaram o gerente de agronegócio do Sebrae, João Paulo Kessler; o chefe da divisão técnica do Senar, João Telles, e o professor da UFRGS, José Fernando Lobato; representando as entidades organizadoras do evento. Logo após, a zootecnista e professora Luciana Potter falou sobre a estrutura do rebanho gaúcho, apresentando um histórico de estudos feitos de 1979 até hoje sobre o desempenho bovino e o aumento de produção de terneiros. Segundo ela, os terneiros virão do bom manejo das novilhas, dos cuidados com o pré-acasalamento e da suplementação dos animais.

Na sequência, o professor do departamento de solos da UFSM, Ricardo Dalmolin, e o técnico da Emater, Cláudio Ribeiro, falaram sobre a realidade dos solos e possibilidades de melhoria das pastagens para o rebanho, além do perfil do agropecuarista familiar, que representa 30% dos pecuaristas gaúchos e são de fundamental importância para a sobrevivência da pecuária do estado.

O convidado especial do evento e doutor em genética pela Universidade do Texas, professor David Riley, despertou o interesse dos participantes sobre os investimentos genéticos daquela região americana a partir de técnicas como o vigor híbrido, que busca obter um melhoramento genético rápido, reunindo em um só animal as boas características de duas ou mais raças. A manhã terminou com o debate entre os palestrantes e a interação destes com o público por meio de perguntas. Na abertura do 2º painel, à tarde, o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, disse que o RS tem ambiente para convivência da agricultura e da pecuária, sem competição entre as duas atividades que podem ser complementares. “Decidimos fazer este evento para discutir a melhor forma de manter a produção de terneiros no Estado que se transformou no celeiro de terneiros de qualidade.

Para isso, trouxemos palestrantes de altíssima qualidade que mostraram que o gado não precisa de espaço, precisa de alimentação e investimentos na genética e nos cruzamentos. A remuneração do mercado é uma preocupação futura”, ressaltou Sperotto. Para ele, a presença de mais de 800 participantes mostra o interesse pelo assunto. Sperotto disse que o crescimento da soja em áreas tradicionalmente destinadas à pecuária e ao arroz não significa que o produtor está cheio de dinheiro no bolso, porque houve quebra de quase metade da lavoura na última safra devido à seca e o produtor não tinha grão para vender. “A maior dívida está na agricultura. A pecuária tem dado conta sozinha. Nos dois últimos anos foi praticado o melhor preço na pecuária do RS”, destacou Sperotto.

O primeiro painel da tarde no Seminário “De Onde Virão os Terneiros”, em Santa Maria, foi com o professor da UFRGS José Fernando Piva Lobato que palestrou sobre a importância do ajuste da carga animal no campo para o melhor desempenho do rebanho: “o ajuste de carga no campo impacta diretamente na prenhez das vacas e no desenvolvimento dos terneiros”. O professor mostrou pesquisas realizadas em propriedades onde se observou que menos carga de animais em campos com terneiros recém- nascidos impacta diretamente no peso do animal.

O desmame precoce, prenhez e recria dos terneiros, além da idade de prenhez de novilhas foram os painéis seguintes ministrados pelos professores Ricardo Vaz e Alcides Pilau. A mestranda de zootecnia da UFSM, Letícia Azevedo, buscou no seminário fundamentos para complementar seu trabalho com pecuaristas familiares. Na percepção da estudante, uma das melhorias a serem feitas a favor da pecuária gaúcha será informar aos produtores familiares sobre a importância de seu papel na conservação do bioma pampa e da preservação da atividade.

Mais de 70% do público presente no evento eram estudantes e pesquisadores. O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, demonstrou a preocupação do setor referente ao momento vivido pela pecuária gaúcha em relação à agricultura. “Este seminário é o início de uma série de ações visando a melhoria desta relação”. O dirigente também enfatizou as ações realizadas em conjunto entre Senar, Farsul e Sebrae-RS, em prol da agropecuária. “Nossa obrigação é devolver estímulo aos produtores e incentivo à pecuária, com a produção de terneiros de qualidade para buscar novos mercados. Este seminário é a arrancada para muitas mudanças”, afirmou Sperotto.

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