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Orgulho do trabalho bem realizado e otimismo no futuro do setor sucroalcooleiro foram os sentimentos observados entre os palestrantes de diversas usinas e instituições no Encontro de Sustentabilidade em Cana-de-açúcar – Realidades que Substituem Mitos – realizado sexta-feira (13/11), em Piracicaba/SP.
Os participantes puderam verificar nas apresentações que os novos tempos da produção brasileira de etanol e açúcar estão baseadas nos pilares da sustentabilidade.
Na apresentação da BASF, organizadora do evento, Redson Vieira, gerente de Marketing de Cana-de-açúcar, citou ações sustentáveis dentro das unidades produtivas da BASF como, por exemplo, a redução de 16% no consumo de energia e 14% no de gás, nos últimos anos, sem prejuízo da produção. Houve ainda uma queda de 32% no consumo de água nas áreas industriais da empresa. O SETTMILL, um sistema químico de limpeza de industrial, que substitui a limpeza mecânica de evapores e de outros equipamentos da produção de açúcar. Esta é uma alternativa importante a ser adotada por possibilitar a retirada de pessoas de um ambiente confinado de alto risco. “Nas conquistas sustentáveis está ainda o desenvolvimento de um plástico biodegradável (Ecobras) que se degrada no período de seis meses”, explicou o agrônomo.
Vieira também fez referência a outras ações da BASF como o programa Mata Viva, de recuperação de mata ciliar nas propriedades rurais, e a metodologia Seebalanceâ, um estudo de sócioecoeficiência que avalia processos produtivos tomando por base pilares ambientais, sociais e econômicos.. Outra ação apoiada pela BASF durante o ano foi o “Projeto Agora”em parceria com a UNICA, que visa desenvolver um amplo esforço integrado de comunicação à opinião pública sobre os benefícios da produção e do uso de energias limpas, renováveis e sustentáveis de origem agrícola, entre eles, o etanol de cana de açúcar.
A UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar) trouxe a vertente social de seus associados. Segundo seu Relatório com base no Global Reporting Inititative (GRI), no ano base 2007/2008, o grupo de 125 usinas registrou 618 projetos de sustentabilidade com ações em 95% das usinas associadas. “Neste trabalho foram mobilizadas mais de 480 mil pessoas em projetos culturais, de qualidade de vida, educação, esportes e outros, com investimentos de quase R$ 160 milhões”, disse Maria Luisa Barbosa, consultora para Responsabilidade Social Corporativa da UNICA.
Já a Usina São Manoel apresentou a metodologia de seu Programa de Adequação Ambiental, cujo objetivo é diagnosticar as regularidades e irregularidades ambientais no campo e o que é preciso para se adequar a legislação em Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal. O trabalho envolve restauração florestal desses espaços e complementação com a educação ambiental, implementada por meio de visitas nas áreas de mata das usinas. “Demonstramos que é possível fazer agricultura da melhor forma junto com a conservação nas áreas de APPs, e ainda com ganhos da adequação legal da propriedade”, relatou André Gustavo Nave, gerente do programa de adequação ambiental do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal, que faz trabalho conjunto com a Usina São Manoel.
O Grupo Cosan apresentou as realizações da Fundação Cosan que investe em cultura, saúde e educação possibilitando a inserção de crianças, jovens e adultos em regiões menos favorecidas e prepara adolescentes para o mercado de trabalho. “Atualmente, são mais de 600 crianças e adolescentes, filhos de funcionários da empresa e também da comunidade, atendidos pela fundação nos municípios de Piracicaba, Barra Bonita e Dois Corrégos, todos no interior paulista. Os trabalhos beneficiam crianças e adolescentes que, em períodos complementares ao escolar, recebem acompanhamento pedagógico e complementação educacional, e realizam ações sócio-educativas e culturais“, explicou Lúcia Helena Mariconi Teles, coordenadora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Grupo Cosan.
O representante do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), Luis Mazzon, ministrou palestra sobre descarte e processamento de embalagens, sendo uma atividade de essencial contribuição para o setor. O InpEV é referência mundial por recolher por ano 95% do total das embalagens de defensivos agrícolas vendidos em 2008. “A partir das embalagens recicladas são produzidos condutos, caixas de papelão e outros produtos que podem ser consumidos pelo mercado”, informou Luis Mazzon, coordenador de operações do instituto. Ele reforça ainda que o Brasil é uma referência mundial e líder em destinação de embalagens de defensivos.
Este trabalho de devolução tem sido estimulado pela BASF em projetos de parceria, como o Compromisso Cooperar – Devolução 100%, feito em conjunto com a Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo). Visando conscientizar o produtor, ele tem levado informações sobre a importância da devolução das embalagens. Há inclusive coletas itinerantes, enfatizando os cuidados com o manuseio. O programa já contabilizou mais de 40 toneladas coletadas.
Outra ação sustentável, o Programa de Adequação Ambiental da Coplacana, que envolve várias atividades, como, por exemplo, atividades educativas, consultas e visitas técnicas, palestras sobre meio ambiente, orientações, treinamentos, assistência técnica para conservação da fertilidade do solo e distribuição de mudas nativas para áreas de mata ciliares e para vegetação ao redor de nascentes de rios. O trabalho também se estende por áreas verdes urbanas. Uma prática surpreendente do projeto é o da doação de uma muda de árvore para cada pai, cujo filho tenha nascido no Hospital dos Plantadores de Cana de Piracicaba.
Na apresentação da Usina São João, foi explicada a política de sustentabilidade da empresa com destaque para os projetos Usina do Saber e Margem Verde. O primeiro abrange ações complementares em educação ambiental junto a crianças e adolescentes do entorno das três unidades da empresa. Além de realizar educação ambiental internamente atua junto a fornecedores e clientes. Por outro lado, o propósito do projeto Margem Verde é preservar as áreas de APPs próximas a locais que dispõem de recursos hídricos. “Este trabalho, que envolve 35 pessoas, já identificou mais de 100 espécies. Desde o seu início em 1998, já foram plantadas 670 mil mudas em 430 hectares e nossa meta é recuperar 530 hectares”, finalizou Marcel Wigman, coordenador de Processo Agrícola da Usina São João.
Mais informações podem ser obtidas no endereço
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Fonte: CL-A Comunicações / Telefone: (11) 3082-3977
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