Encontro Brasil África propõe ampliação de investimentos em países africanos

17.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Walmaro Paz

O Mais Alimentos África foi destaque na fala do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, durante o Encontro Brasil África realizado nesta quarta-feira (16), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Florence apresentou a experiência do MDA nas relações de cooperação para o desenvolvimento agrário no continente africano por meio do programa. “É mais que oferecer linha de crédito, é um programa de cooperação Sul-Sul que tem como foco a segurança alimentar com base na agricultura familiar”, explicou.

Um dos objetivos do evento é justamente debater formas de sintonizar investimentos para garantir a segurança alimentar de países africanos.

“A proposta de cooperação combina ações em três eixos: transferência de tecnologia da Embrapa para a estruturação de políticas públicas; linha de financiamento de máquinas e equipamentos e acordo com as indústrias perfazendo o montante de 640 milhões de dólares”, explicou. O ministro Afonso destacou os acordos já firmados pelo MDA com países africanos. “Já temos acordos com Gana, com a destinação de 95 milhões, e Zimbábue, de 98 milhões. Outros países também manifestaram interesse em participar do programa. Como é determinação da Presidenta Dilma, estamos acelerando o Mais Alimentos”, concluiu.

O encontro contou com a participação de representantes dos governos federal, estadual, instituições multilaterais, empresários e delegações de países africanos como Quênia, Sudão, Zimbábue, Congo e Moçambique. O evento foi promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fiesp e Instituto Lula.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, destacou os investimentos significativos do governo brasileiro e do setor empresarial nacional na África, com base em acordos bilaterais. “Mas, é preciso avançar ainda mais nas áreas de energia, infraestrutura e formação profissional. Firmar essa cooperação é abrir novos mercado, novas oportunidades, adequando as nossas expertises às demandas dos países africanos”, afirmou o empresário. “Os grupos brasileiros começam a olhar os mercados externos como oportunidades de bons negócios. A África é uma grande fronteira para a externalização desses investimentos”, reforçou Rubens Sardenberg da Febraban.

Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o Produto Interno Bruto (PIB) do continente é 1,7 trilhão de dólares e o consumo da população movimenta 900 bilhões de dólares. “São aproximadamente 1 bilhão de habitantes, com a classe média saltando de 27% para 34% da população, além disso, 60% das terras aráveis do planeta, e ainda não cultivadas, estão naquele continente. Portanto, a África é uma oportunidade de investimento em obras de infraestrutura, serviços, transferência de tecnologia e capital”, sustentou.

Jay Naydoo, presidente da Organização Não Governamental Gain, alertou sobre a importância do enfrentamento da pobreza no continente africano e apontou as políticas brasileiras como um modelo para enfrentar o problema. “De cada três crianças do mundo, uma passa fome na África, temos que reverter essa situação e o modelo de desenvolvimento social implantado no Brasil nos últimos anos é um exemplo a ser seguido."

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