Embrapa ressalta desafios da cultura da batata-doce em Câmara Setorial

Um dos principais anseios da cadeia produtiva de batata-doce tem sido o acesso a mudas certificadas, que agregadas a outras tecnologias de sistema de produção, tende a potencializar o cultivo da cultura no país

12.11.2021 | 14:31 (UTC -3)
Embrapa
Um dos principais anseios da cadeia produtiva de batata-doce tem sido o acesso a mudas certificadas, que agregadas a outras tecnologias de sistema de produção, tende a potencializar o cultivo da cultura no país. - Foto: Giovani Olegário
Um dos principais anseios da cadeia produtiva de batata-doce tem sido o acesso a mudas certificadas, que agregadas a outras tecnologias de sistema de produção, tende a potencializar o cultivo da cultura no país. - Foto: Giovani Olegário

Um dos principais anseios da cadeia produtiva de batata-doce tem sido o acesso a mudas certificadas, que agregadas a outras tecnologias de sistema de produção, tende a potencializar o cultivo da cultura no país.  Na última reunião do ano da Câmara Setorial da Cadeira Produtiva de Hortaliças, em 11/11, a pesquisadora Larissa Vendrame, da Embrapa Hortaliças, expôs essa questão e detalhou como que os atores envolvidos estão mobilizando para fortalecer o segmento que tem registrado nos últimos anos aumento de produtividade e de consumo.  

A pesquisadora, que é coordenadora do Projeto de Melhoramento Genético visando à sustentabilidade e qualidade da batata-doce in natura e processada nas principais regiões produtoras do Brasil – O MelhorDoce II, explicou que a cultura ganhou notoriedade, nos últimos anos, em virtude da qualidade nutricional. Nos últimos nove anos, a produção passou de 500 mil toneladas para quase 850 mil toneladas. “Esse incremento no consumo ocorreu também em outros países, o que tem possibilitado que os produtores vislumbrem a possibilidade da exportação para o mercado europeu”, ressaltou Larissa.

Apesar das perspectivas favoráveis em relação ao consumo, Vendrame reconhece que existe um longo caminho para melhorar a produção nacional. Ela compara a realidade brasileira com a dos Estados Unidos, que é o maior exportador de batata-doce. “A qualidade do produto dos EUA é superior ao do Brasil. E a utilização de mudas certificadas foi importantíssimo para fortalecer a cultura”, informa, a pesquisadora acrescentando que é “preciso investir em mudas de qualidade e capacitar os produtores para melhorar a produtividade e colher raízes de excelência”.

Um levantamento realizado pela equipe do projeto MelhorDoce com produtores de batata-doce de diversos estados brasileiros mostrou que 69% usam as próprias mudas e somente 29% possuem viveiros em sua propriedade. O percentual dos produtores que fazem intercâmbio de mudas entre vizinhos é de 79%. “Esses procedimentos fazem com que as mudas percam qualidade, principalmente pelo acúmulo de viroses, que causam a degenerescência e a perda do potencial produtivo”.

A pesquisadora também apresentou aos membros da Câmara Setorial uma carta de intenções em que diversos atores da cadeia se comprometem a contribuir com o desenvolvimento, primeiramente de uma publicação e um curso com padrões para boas práticas na produção de mudas de batata-doce, para possibilitar que futuras melhorias possam ocorrer visando a oferta de material propagativo de qualidade e quantidade para atender à demanda da cadeia. Atualmente, existem oito viveiros licenciados para a produção de mudas dfas cultivares desenvolvidas pela Embrapa. A expectativa é que até o final do ano, a Embrapa Hortaliças deve lançar edital para a produção de mudas de três cultivares de batata-doce.

Hortas pedagógicas

A experiência do Projeto Hortas Pedagógicas, desenvolvido pela Embrapa Hortaliças em parceira com o Ministério da Cidadania, também foi relatada na reunião da Câmara Setorial de Hortaliças.

 A responsável pela coordenação-geral de Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana do Ministério da Cidadania, Kelliane Fuscaldi, apresentou o projeto, que conta com o apoio do FNDE e tem como objetivo desenvolver metodologia para implantação de hortas pedagógicas em áreas com alto índice de vulnerabilidade social.

A fase piloto foi realizada em escolas do Maranhão e Piauí. O sucesso da iniciativa fez com o projeto fosse para o ambiente on-line com a oferta do curso na plataforma de capacitação da Embrapa. A capacitação é oferecido de forma contínua. Também fruto dessa parceria exitosa,  recentemente, foi assinado um novo Termo de Execução Direta (TED) para a ampliação do projeto, com atividades como mentoria e a realização de hagaton, no próximo ano, para o desenvolvimento de um aplicativo.

Reconhecimento

O presidente da Câmara Setorial, Rafael Jorge Corsino, assim como outros participantes da reunião, reforçou a importância do trabalho que a Embrapa realiza em prol da olericultura brasileira. “Destaco aqui a técnica da limpeza de vírus, tanto na batata quanto no alho, e que têm trazido muitos benefícios”.

Já o consultor técnico da Câmara Setorial, Ronaldo Troncha, destacou a necessidade de ter projetos como o Hortas Pedagógicas em todos os municípios brasileiros. “Além de todos os benefícios imediatos dessas ações, o projeto pode influenciar na formação de vários jovens, que podem vislumbrar uma formação em cursos técnicos ou superiores das áreas agrárias’. O representante da Embrapa na Câmara Setorial de Hortaliças, o chefe-geral da Embrapa Hortaliças também participou da reunião e ressaltou a relevância de participar desse fórum e de ter a oportunidade de apresentar as nossas pesquisas.

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