Embrapa recebe segunda remessa da coleção de batata do Peru: a mais biodiversa do mundo

06.03.2015 | 20:59 (UTC -3)

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia recebeu no dia 05 de março de 2015 a segunda remessa da coleção de batata do CIP

(International Potato Center), do Peru. Trata-se de uma cópia de segurança da coleção de batata mais valiosa do mundo no que se

refere à diversidade genética, já que o país é o berço genético dessa cultura, originária da Cordilheira dos Andes (situada entre Peru e Bolívia). A coleção original conta com quatro mil amostras de variedades silvestres e cultivadas. Na primeira remessa, que aconteceu no dia 06 de novembro de 2014, chegaram à Unidade em Brasília, DF, 180 acessos de material silvestre e amostras de nove variedades cultivadas de batata. Nesta segunda, foram enviados 880 acessos de cerca de 18 espécies. A última remessa está prevista para o mês de abril e deverá contar com mais de 1800 acessos.

O CIP é o detentor do maior banco de batata in vitro (conservada em tubos de ensaio), do mundo. Essa forma de conservação é a mais adequada no caso dessa cultura, por se propagar vegetativamente por mudas e não por sementes. A cópia de segurança é como um backup da diversidade genética de batata daquele País, que é o maior produtor de batata da América Latina, no qual o consumo per capita é superior a 80 quilos.

A escolha da Embrapa para ser a guardiã da cópia de segurança da coleção peruana se deve a dois motivos, como explica a pesquisadora do CIP, Nataly Franco. O primeiro critério foi a cooperação técnica mantida há décadas pelas duas instituições. O segundo foi a moderna e segura infraestrutura oferecida pelo Banco Genético, mantido pela Empresa em Brasília. “Esse segundo fator foi determinante para a definição do Brasil como guardião da coleção. Tínhamos uma cópia na Argentina, mas ela será desativada assim que a coleção completa chegar à Embrapa”, afirma a pesquisadora peruana.

Na Embrapa, a cópia de segurança da coleção de batata do CIP ficará conservada e não será manipulada. A cada dois anos, uma equipe da instituição peruana virá à Embrapa para renová-la. Antes de ser incorporada ao Banco Genético da Embrapa, os tubos de ensaio passaram por um processo de desinfestação para evitar contaminação das mudas de batata e das outras coleções mantidas pela Empresa.

Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Francisco Ricardo Ferreira a rapidez no transporte no caso de plantas é um fator muito importante, pois se trata de material perecível. Por isso, foi estabelecido como itinerário Lima-Panamá-Brasília, de modo a facilitar não só o translado, mas, principalmente, o desembaraço alfandegário. Graças ao empenho das equipes das duas instituições, o envio foi concluído em tempo

recorde, de apenas três dias entre o Peru e o Brasil. As mudas foram despachadas na segunda-feira, dia 02 e chegaram em Brasília na madrugada de hoje (05/03). “A agilidade no transporte é de vital importância nesse caso porque as plantas in vitro não serão manipuladas na Embrapa, portanto quanto menor esse tempo, maior será a sobrevivência das plantas nos tubos”, afirma.

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