Embrapa realiza workshop sobre recursos genéticos da uva

O melhoramento genético (técnica que visa à obtenção de novas cultivares com características de importância agronômica, como, por exemplo, a resistência a doenças) é uma das principais ferramentas de que o setor agropecuário dispõe na busca por maior competitividade e sustentabilidade. Nesse sentido, desde 1994, foram lançadas 14 novas variedades de uva pela Embrapa Uva e Vinho, por meio de seu Programa de Melhoramento Genético de Uva, dentre as quais três cultivares de uvas sem sementes e seis de uvas para a elaboração de suco.

Pois promover a troca de conhecimentos e experiências em melhoramento, reunindo pesquisadores brasileiros e estrangeiros e agentes da cadeia produtiva vitivinícola, é um dos objetivos do workshop ‘Manejo e uso de recursos genéticos da uva’, que acontece no dia 1º de dezembro, na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves. Cerca de cem participantes, entre lideranças setoriais, técnicos, produtores e estudantes, são esperados para o evento, que tem também como proposta oferecer uma visão da diversidade da viticultura brasileira e de sua expansão nos últimos anos, além de seu potencial e principais problemas enfrentados.

Os destaques da programação ficam por conta da presença, entre os palestrantes, dos pesquisadores Jean-Michel Boursiquot, da França, e Rudolph Eibach, da Alemanha.

Boursiquot é o responsável pelo ‘resgate’ da variedade de uva Carmenère, hoje ícone da vitivinicultura chilena. A história: a casta era considerada perdida em sua região de origem – Bordeaux, na França –, pois não havia vinhedos com a cultivar ou mesmo exemplares em coleções de cultivares no país. No entanto, por meio de sua experiência como ampelógrafo (cientista que identifica e classifica as variedades de videira), o francês reconheceu a casta, em um vinhedo no Chile, onde se achava que a uva em questão fosse um clone da cultivar Merlot. Atualmente, Boursiquot ocupa a direção-cientifica e técnica do Departamento de Material Vegetal do Instituto Francês da Uva e do Vinho. No workshop, ele falará, às 16h, sobre A experiência francesa: coleção clonal.

“A experiência francesa com o manejo e uso da coleção clonal de material genético de uva é muito bem-sucedida, principalmente porque interage diretamente com o setor produtivo”, comentam, a propósito, os coordenadores do Programa de Melhoramento Genético de Uva da Embrapa Uva e Vinho, pesquisadores Patrícia Ritschel e João Dimas Maia. “Esse know-how pode ser usado como exemplo para organizar e reforçar atividades semelhantes no Brasil”, assinalam.

Já Rudolph Eibach lidera o programa de melhoramento genético de uva mantido pelo Instituto Geilweilerhof, da Alemanha. Por meio do programa, foram desenvolvidas castas híbridas que se sobressaem por sua resistência às principais doenças da videira. Essas cultivares, cuja composição genética é em 99% de variedades Vitis vinifera, dão origem a vinhos apreciados internacionalmente, acrescentam os pesquisadores Patrícia e Dimas. Eibach ministrará, no workshop, às 17h15min, a palestra A experiência alemã: valorização e uso de recursos genéticos de uva com a aplicação de marcadores moleculares.

Pesquisadores da Embrapa (das unidades Uva e Vinho e Semiárido) também palestrarão no evento. As inscrições para o workshop, uma promoção da Embrapa Uva e Vinho, são gratuitas. Elas devem ser feitas até terça-feira, dia 29, em

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8h30 – Recepção;

9h – Abertura, pela chefia-geral da Embrapa Uva e Vinho;

9h30 – Palestra Panorama da viticultura brasileira (Dr. José Fernando da Silva Protas – Embrapa Uva e Vinho);

10h15 – Questionamentos;

10h30 – Coffee break;

11h – Palestra A viticultura no semiárido brasileiro (Dra. Patricia Leão – Embrapa Semiárido);

11h45 – Questionamentos;

12h – Almoço;

14h – Palestra O banco ativo de germoplasma de uva – histórico e perspectivas (Dr. João Dimas Garcia Maia – Embrapa Uva e Vinho – Estação Experimental de Viticultura Tropical);

14h30 – Palestra Conservação in vitro de germoplasma de videira (Dra. Vera Quecini – Embrapa Uva e Vinho);

15h – Palestra Análise genética da coleção (Dra. Patricia Ritschel – Embrapa Uva e Vinho);

15h30 – Questionamentos;

15h45 – Coffee break;

16h – Palestra A experiência francesa: coleção clonal (Dr. Jean-Michel Boursiquot – Instituto Francês da Uva e do Vinho);

17h – Questionamentos;

17h15 – Palestra A experiência alemã: valorização e uso de recursos genéticos de uva com a aplicação de marcadores moleculares (Dr. Rudolf Eibach – Julius Kuehn-Institute – Instituto Geilweilerhof);

18h – Questionamentos;

18h15 – Debate final e encerramento;

18h45 – Coquetel.