Embrapa participa do VI Encontro Nacional dos Povos do Cerrado

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Embrapa Cerrados participam do VI Encontro e Feira dos Povos do Cerrado no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, de 9 a 13 de setembro.

O objetivo do evento é promover o intercâmbio de experiências entre os diversos povos que habitam e utilizam os recursos naturais do Cerrado de forma sustentável, além de apresentar a riqueza do bioma e alertar a sociedade brasileira sobre o crescente processo de degradação que o afeta. Para isso, participam cerca de 1.300 pessoas, representando mais de 500 organizações da sociedade civil e de base comunitária dos estados de Tocantins, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pará e DF.

O evento é dividido em duas partes: o encontro, durante o qual serão realizadas oficinas temáticas, painéis, seminários e debates acerca de assuntos inerentes ao Cerrado, com a participação de autoridades e especialistas; e a feira, na qual as instituições participantes vão expor a diversidade de produtos e experiências em prol da utilização sustentável do cerrado.

Parceria com comunidades indígenas: tradição aliada à inovação

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Embrapa Cerrados estão concentrando a sua participação na feira, onde apresentam os resultados da parceria com povos do cerrado para conservação e uso de recursos genéticos vegetais oriundos deste bioma.

O foco está nos trabalhos desenvolvidos em conjunto com povos indígenas. A parceria da Embrapa com esses povos começou na década de 90, quando a Empresa foi procurada por representantes da etnia Krahô, de Tocantins, que estavam em busca de sementes tradicionais de milho e amendoim. As sementes são conservadas no banco genético da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, que hoje é o maior do Brasil e um dos maiores do mundo, com mais de 100 mil amostras de sementes. De lá para cá, a parceria foi se estreitando cada vez mais e outras comunidades indígenas vêm sendo incorporadas.

Quem visitar o estande da Embrapa durante o evento vai ficar encantado com os mostruários de sementes de importância sócio-econômica que ilustram a variabilidade genética encontrada na natureza. Essas sementes fazem parte do trabalho de coleta e conservação e mostram uma variedade incrível de cores e formatos encontrados dentro de uma mesma espécie. Quem pensa que todas as sementes de milho são amarelas, como se vê nos mercados, está redondamente enganado. Os tons variam do amarelo ao vermelho e o mesmo acontece com outras espécies alimentares.

Sementes no microscópio e vídeo sobre manejo de tracajá no Xingu

Durante a Feira, está sendo apresentado também um vídeo sobre o manejo e conservação do tracajá (Podocnemis unifilis), uma espécie parente da tartaruga da Amazônia, muito apreciada como alimento pelos povos indígenas do Xingu (ovos, filhotes e animais adultos). A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a Funai e o Instituto Chico Mendes uniram esforços para auxiliar os índios em um trabalho de recuperação das populações de tracajá em áreas próximas à aldeia, protegendo algumas praias do rio Xingu da extração de ovos, filhotes e adultos. O vídeo mostra esse trabalho de forma lúdica, através de desenhos feitos pelos próprios índios.

Quem visitar o estande da Embrapa vai poder observar em microscópio análises genéticas feitas para avaliar a sanidade das sementes.

A solenidade de abertura do evento será hoje às 19 horas e vai contar com as presenças dos Ministros do Meio Ambiente, Carlos MInc; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias; e do Presidente da Fundação Nacional do Índio, Márcio Meira; entre outras autoridades.

O VI Encontro e Feira dos Povos do Cerrado acontece de 9 a 13 de setembro, no Memorial dos Povos Indígenas, de 9 às 20 horas, com exceção do domingo, dia 13, que o término do evento é às 16 horas.

Fernanda Diniz

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

(61) 3340-3663 /