Embrapa Mandioca e Fruticultura sedia seminário com citricultores do Recôncavo

11.11.2010 | 21:59 (UTC -3)

Com diversas cadeiras extras para acomodar os participantes que não paravam de chegar, o auditório da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, registrou nesta terça-feira (9) um recorde de público. Mais de 200 pessoas lotaram o local, em sua maioria produtores dos 11 municípios selecionados para participar do I Seminário de Citricultura do Recôncavo Baiano. “Tivemos a participação maciça dos citricultores do Recôncavo graças à atuação efetiva dos secretários de Agricultura dos municípios e de técnicos da EBDA [Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola], que fizeram o trabalho de seleção, motivação e de transporte desses produtores. Empenho que foi fundamental para que o evento cumprisse a sua finalidade”, avaliou o pesquisador Orlando Passos, personagem importante para o desenvolvimento da citricultura brasileira.

 

O objetivo maior era estimular a criação de uma cooperativa de produtores da região. “Agora o sinal está verde para que seja criada essa cooperativa central de citros”, comemorou Orlando. Segundo ele, já ficou acertado que na primeira quinzena de dezembro haverá uma reunião do grupo da governança da citricultura no Recôncavo para consolidar esse trabalho e definir os próximos passos.

 

As diversas experiências de sucesso apresentadas de forma bem objetiva pelos palestrantes mostraram que o cooperativismo é necessário para que sejam superadas as dificuldades que entravam o desenvolvimento da citricultura na região. Participaram do evento autoridades dos 11 municípios que enviaram produtores — Governador Mangabeira, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Sapeaçu, Muritiba, Cabaceiras do Paraguaçu, Conceição do Almeida, Castro Alves, Varzedo, Laje e São Felipe — e também de outras cidades, além de representantes das entidades parceiras na realização do evento: Banco do Nordeste, EBDA, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Fórum dos Secretários de Agricultura do Recôncavo Baiano e Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

 

“Percebe-se pelos diversos eventos realizados país afora que a citricultura está em um momento muito importante. Temos de aproveitar isso para maior organização e engajamento, caso contrário, ficaremos para trás. Este seminário é de suma importância para que possamos caminhar em busca do fortalecimento da citricultura na região”, disse, na abertura, o chefe geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Domingo Haroldo Reinhardt. Em seguida, Jasiel Santana, representando o grupo da governança da citricultura, mostrou o histórico de todo o movimento que levou à realização do seminário, e o prefeito de Cruz das Almas, Orlando Peixoto, que também compôs a mesa de abertura, fez um diagnóstico do que aconteceu com a citricultura no Recôncavo Baiano. “Discutir os gargalos é chover no molhado. Todos sabemos que é preciso organização. Precisamos agir. Não dá mais para adiar. Temos de construir um programa com linhas de ação efetivas”, sentenciou o prefeito.

 

A primeira palestra “Desafios e perspectivas da citricultura” foi proferida por Orlando Passos. Em seguida, Agostinho Boggio e Valdomiro Vicente, respectivamente, presidentes da Coopercitrus (Cooperativa de Cafeicultores e Citricultores de São Paulo) e da Coopaita (Cooperativa de Produtores de Abacaxi de Itaberaba, BA) falaram de suas atividades bem-sucedidas na mesa-redonda “Experiência com cooperativismo”. Os dois fizeram parte ainda do debate seguinte, do qual participaram também o presidente da Cooperativa Mista Agropecuária dos Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub), Izaltiene Rodrigues, e Galdino Oliveira, do Banco do Nordeste.

 

A mesa-redonda “Mercado e comercialização e estratégias para diferenciação de mercados de frutas” foi um dos pontos alto do evento. Euder Ribeiro, da Fazenda Alphavalle, em linguagem clara e direta, teceu um panorama do mercado interno de frutas e focou na necessidade da diferenciação dos produtos na gôndola. Já Priscilla Fagundes, do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, falou sobre a produção brasileira de citros e reforçou a necessidade de organização. “Precisamos ter volume, constância de fornecimento, planejamento etc. E, para alcançar isso, a organização é fundamental.” Eles fizeram parte da última rodada de debate, que contou também com a participação dos produtores Roberto Shibata, da Fazenda Lagoa do Coco, em Rio Real (BA), e Marcos Rondon, da Fazenda Gavião, de Inhambupe (BA).

 

Alessandra Vale

Embrapa Mandioca e Fruticultura

(75) 3312-8076

alessandra@cnpmf.embrapa.br

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