Embrapa leva conhecimento e soluções tecnológicas ao CBAI 2022

Entre os trabalhos apresentados estão os relacionados a aspectos econômicos e comerciais do cultivo; rotação do grão em sistemas produtivos, impacto climático nas lavouras, controle de pragas; e modernas cultivares

25.07.2022 | 14:22 (UTC -3)
Embrapa
O Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado ocorre e 26 a 29 de julho, em Santa Maria (RS). - Foto: Paulo Lanzetta
O Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado ocorre e 26 a 29 de julho, em Santa Maria (RS). - Foto: Paulo Lanzetta

A Embrapa está levando trabalhos relacionados a aspectos econômicos e comerciais do cultivo; rotação do grão em sistemas produtivos, impacto climático nas lavouras, controle de pragas; e modernas cultivares de arroz ao Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, que ocorre e 26 a 29 de julho, em Santa Maria (RS).

Em relação ao primeiro tema, a Embrapa conduziu uma pesquisa que analisou a eficiência econômica refletida pelo uso combinado entre adubação nitrogenada para a cultura e diferentes inoculantes à base de bactéria fixadora de nitrogênio Azospirillum brasilense. O resultado aponta para a possibilidade de diminuição do uso de fertilizantes formulados com respectivo ganho no balanço da renda líquida para o orizicultor, considerando o sistema produtivo de arroz irrigado em terras baixas no Rio Grande do Sul.

Dentro da perspectiva de estudos sobre o mercado, uma outra pesquisa focou o perfil das exportações de arroz do Brasil no período de 1997 a 2021. Dentre as constatações, ficou evidenciado, por exemplo, que em 2021 as exportações brasileiras de arroz quebrado foram direcionadas principalmente a países africanos e europeus. Já as exportações de arroz em casca e arroz beneficiado (parboilizado ou não parboilizado) foram direcionadas, principalmente, para países latino-americanos.

Uma outra pesquisa da Embrapa tratou da produtividade da cultura do arroz em rotação com soja e feijão-caupi em ambiente irrigado no Tocantins. Nesse Estado, o arroz é irrigado por inundação no período das chuvas (outubro a março) e, na entressafra (maio-setembro), essas áreas são utilizadas para outros cultivos. Nesse estudo, a cultura do arroz em sucessão ao feijão-caupi apresentou maior produtividade de grãos e pode ser um manejo indicado, desde que as condições climáticas favoreçam o cultivo dessas duas culturas dentro do mesmo ano agrícola.

Em um outro trabalho, a Embrapa aponta um aprimoramento para a compreensão do impacto de variáveis climáticas e geográficas no florescimento do arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Foram testados dois modelos estatísticos que buscaram melhor representar a influência de dados relacionados ao clima sobre o período crítico da floração na lavoura. Nesse caso, o modelo estatístico paramétrico chamado Regressão Linear Múltipla (LM) apresentou a melhor performance.

Nos últimos anos, problemas de surtos de cigarrinhas em lavouras de arroz são registrados em diferentes regiões do Brasil. Isso vem provocando perdas e aumento dos custos na produção, devido à necessidade de implementar medidas para o seu controle. Uma pesquisa da Embrapa identificou cultivares que possuem mecanismos de resistência à espécie de cigarrinha designada Sogatella kolophon. Conforme esse estudo, as causas da expressão dessa resistência nas cultivares estão relacionadas, em parte, à produção de substâncias aleloquímicas, que causam repelência ao inseto.

O Programa de Melhoramento de Arroz da Embrapa está apresentando também dois trabalhos ligados a novas cultivares de arroz irrigado, discutindo as principais características agronômicas, desempenho no campo e qualidade de grãos de valor para a cadeia produtiva. A primeira cultivar é a BRS A705, classificada como precoce, com ciclo no Rio Grande do Sul em torno de 120 dias. Distingui-se das demais pela altura de plantas, sendo de cinco a dez centímetros mais baixa que outras cultivares comerciais. Além disso, possui grãos longos e finos, com excelente qualidade industrial e culinária.

Já a BRS A706 CL é uma opção de cultivar de ciclo médio para o Sistema de Produção Clearfield da BASF, com nível de tolerância ao acamamento que permite ser indicada tanto para semeadura direta em solo seco, quanto em pré-germinado, nas regiões tropical e subtropical do Brasil. A expectativa é que essa cultivar contribua para maior seguridade de renda ao produtor pelo seu elevado potencial produtivo, satisfatória reação de resistência à doença brusone, estabilidade no rendimento de grãos inteiros; e suprimento de matéria-prima para linhas de produtos premium.

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