Trigo brasileiro tem novos nichos na produção
A Embrapa Algodão assinou na semana passada um contrato de pesquisa para o avanço da cultura de mamona no Brasil com a Evogene, companhia israelense líder em genômica vegetal, através de sua subsidiária Evofuel. Inicialmente, a cooperação focará no desenvolvimento de tecnologias para o controle de doenças específicas da mamoneira, bem como, em práticas agrícolas para a rotação de culturas entre a mamona e a soja.
Conforme o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Algodão, Liv Severino, o óleo de mamona está ficando escasso no mercado mundial e a demanda industrial é maior que a capacidade de produção dos principais países produtores. “Atualmente, a mamona é cultivada em aproximadamente 100 mil hectares no Brasil, em áreas que podem aumentar substancialmente a produtividade com a introdução de novas variedades e tratos culturais modernos, como aqueles que têm sido desenvolvidos pela Evofuel nos últimos anos”, afirma.
O acordo pretende reunir a experiência da Embrapa na pesquisa e desenvolvimento de mamona, com as variedades próprias da Evofuel, que são adaptadas para colheita mecanizada e práticas agrícolas modernas. Com isto, os produtores brasileiros terão a opção do cultivo em larga escala da mamoneira com viabilidade econômica e sustentabilidade.
O cultivo de mamona em rotação com a soja (em segunda safra) adotará cultivares de mamoneira da Evofuel após a colheita da safra de soja. A área alvo para o sistema de rotação de culturas está na região do MATOPIBA (Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, onde se estima que cinco milhões de hectares sejam adequados ao plantio de mamoneira.
“A Embrapa tem trabalhado há três décadas na pesquisa e desenvolvimento de mamona no Brasil e alcançou um progresso notável em muitas áreas, incluindo fertilidade, controle de plantas daninhas, controle fitossanitário, agregação de valor a coprodutos e recursos genéticos”, diz Liv Severino. “A parceria com a Evofuel promoverá sinergia entre os parceiros e consolidará nosso compromisso de transformar a mamoneira em uma cultura altamente viável para a expansão da agricultura brasileira”, acrescenta.
“Nós temos a alegria de juntar forças com a Embrapa, que já tem uma tremenda história no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a agricultura brasileira. Uma necessidade-chave para a adoção da mamoneira é a tolerância das plantas a vários estresses, como as doenças e as ervas daninhas. Nós vemos no largo conhecimento local da Embrapa e dos seus dedicados pesquisadores um grande ativo tecnológico que complementa nossas experiências e conhecimentos, e que nos auxiliará em otimizar e acelerar nossas soluções para os produtores de mamona”, declara o gerente geral da Evofuel, Assaf Oron.
A colaboração com a Embrapa já vem ocorrendo há três anos, por meio de sucessivos ensaios em campo das variedades de mamoneiras da Evofuel no Brasil. Os ensaios demonstraram a sustentabilidade e benefícios econômicos do plantio das variedades da Evofuel como uma segunda safra com a produção de soja, para a produção de matérias primas para a produção de óleo, biocombustíveis e outros usos industriais. Em março deste ano, a Evofuel anunciou um acordo para a produção comercial de mamona em 2016 com a SLC Agrícola, uma das maiores empresas agrícolas do país.
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