Embrapa e USP realizam curso para formar recursos humanos em técnicas microscópicas

Com a preocupação de capacitar profissionais de física, química, biologia e engenheiros, em final de graduação ou pós-graduação, a Embrapa Instrumentação e a USP, São Carlos (SP), deram início no dia 16 ao primeiro curso de análise de superfícies e suas aplicações. Para entender as propriedades físicas ou químicas de um material é preciso saber a morfologia e como ele se comporta quando está aderido a uma determinada superfície, que pode ser de vidro, silício, entre outras. É o que se chama na pesquisa de técnica de caracterização de superfície. Há várias técnicas para este fim. Porém, no Brasil, é crescente o interesse, especialmente em duas delas, que são a Microscopia de Varredura por Sonda (SPM) e a Espectroscopia Fotoeletrônica de Raio-X (XPS). De acordo com o pesquisador Paulo Herrmann, da Embrapa Instrumentação, falta conhecimento sobre a aplicação dessas técnicas no Brasil, e por isso é uma preocupação da Rede Nanobionet, financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), formar recursos humanos na aplicação, especialmente dessas duas técnicas, que são importantes para se entender o que está ocorrendo na superfície do material. Os participantes do curso vão conhecer as potencialidades da SPM e XPS e, assim, empregar em seus estudos, caso seja necessário.

Com duração de 30 horas, 30 inscritos fazem o treinamento, nos dias 16 e 17, período diurno, no Instituto de Física, e a partir do dia 17 à noite até o dia 19, ao meio-dia, na Embrapa Instrumentação.

A Rede Nanobionet, criada em 2010, é composta por quase 30 pesquisadores de instituições de várias regiões do Brasil, incluindo a USP e a Embrapa Instrumentação. O objetivo principal da rede é fomentar a pesquisa multidisciplinar e de inovação em vários campos associados com filmes nonoestruturados de materiais biologicamente relevantes. Além da investigação, a rede pretende formar profissionais altamente qualificados para empregar a técnica no diagnóstico clínico, novas drogas para terapia fotodinâmica, dispositivos biofotônica e revestimentos de superfície com propriedades bioespaciais, incluindo a liberação de droga controlada.