Embrapa e Norte Energia prorrogam parceria

A Embrapa e a Norte Energia vão prorrogar por mais um ano o contrato para transferência de tecnologia em horticultura para a região impactado pelo empreendimento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

02.10.2017 | 20:59 (UTC -3)
Vinicius Soares Braga​

A Embrapa e a Norte Energia vão prorrogar por mais um ano o contrato de cooperação técnica para transferência de tecnologia em horticultura para a região impactado pelo empreendimento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O anúncio foi feito pelo gerente de Projetos Socioeconômicos da Norte Energia, Paulo Sérgio, durante dia de campo na última quinta-feira (21), em Altamira.

Para Paulo Sérgio, a parceria com a Embrapa contribuiu para inserção dos produtores locais no mercado de hortaliças. O contrato foi firmado em 2013 e a partir de 2014 realizou diversos eventos de capacitação como treinamentos e dias de campo, além da implantação de unidades de observação e unidades demonstrativas com variedades de alface, tomate, cenoura, batata-doce, abóbora e maracujá indicadas para a região. “É um auxílio para o setor produtivo e também uma forma de inclusão social”, afirmou o gestor.

De acordo com o supervisor da Embrapa Amazônia Oriental na Transamazônica, pesquisador Pedro Celestino, a prorrogação da parceria foi uma solicitação da Embrapa com base nos levantamentos de demanda tecnológica entre os produtores da região. 

Dia de campo - O evento no Campo Experimental da Transamazônica reuniu mais de 120 pessoas. Produtores técnicos e estudantes puderam acompanhar o desempenho do cultivo de variedades de alface, cenouras e tomateiro enxertado apresentado pelos pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF), além de técnicas de adubação orgânica e uma palestra sobre pragas e doenças em hortaliças.

Os resultados da unidade de observação de tomateiros enxertados foram os que mais atraíram a atenção do público. Presente no solo da região, a bacteria Ralstonia solanacearum causa a murcha-bacteriana e praticamente inviabiliza a produção de tomates em cultivo tradicional na Amazônia. “É uma condição natural da região. A solução é utilizar porta-enxertos de espécies ou variedades que se adaptaram ao longo de milhares de anos às condições de clima quente e úmido dessa região”, explicou o engenheiro agrônomo José Mendonça.

O agricultor Sandro Albuquerque ficou animado com o desempenho apresentado tomateiros enxertados. Neste ano ele plantou quatro mil pés no sistema tradicional e sofreu muitas perdas. “Esperava colher cerca de 800 caixas de tomate mas não obtive nem 200. Próxima semana já quero começar me preparar para o trabalho de enxertia”, disse o agricultor.

 

 


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