Embrapa e Emater entregam atestados de adequação ao Programa Boas Práticas Agropecuárias a produtores gaúchos

27.05.2013 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa Pecuária Sul

A Embrapa Pecuária Sul e a Emater/RS entregaram os atestados de adequação aos produtores que participaram no projeto-piloto do Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) desenvolvido na região dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul. Em solenidade realizada no município de Vacaria/RS, sete produtores que participaram do programa receberam os certificados, sendo dois na categoria prata e cinco na categoria bronze. O BPA foi desenvolvido durante três anos e contou com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sebrae/RS, Senar/RS, Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Associação dos Produtores Rurais dos Campos de Cima da Serra (Aproccima) e Federação dos Clubes de Integração e Troca de Experiências (Federacite).

As Boas Práticas Agropecuárias – Bovinos de Corte (BPA) referem-se a um conjunto de normas e de procedimentos a serem observados pelos produtores rurais, que além de tornar os sistemas de produção mais rentáveis e competitivos, asseguram também a oferta de alimentos seguros, oriundos de sistemas de produção sustentáveis. Segundo o coordenador do BPA na região Sul do Brasil, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Sergio Gonzaga, são avaliados 133 quesitos de 13 diferentes itens, englobando aspectos como gestão da propriedade, gestão ambiental, controle sanitário, bem-estar animal, função social do imóvel rural, entre outros. A certificação é dada àqueles produtores que entram em conformidades em parte das recomendações previstas no programa, definidos como: obrigatórios, recomendáveis e altamente recomendáveis. De acordo com uma tabela de avaliação, as propriedades participantes podem ser classificadas nas categorias ouro, prata e bronze.

A implantação do programa nos Campos de Cima da Serra é a primeira experiência na região Sul do país e serviu com projeto-piloto para a continuidade em outras propriedades. Sergio Gonzaga avalia que os resultados foram bastante positivos, especialmente com o engajamento dos proprietários nos itens que foram verificados durante os três anos. “Vale salientar que as fazendas que participaram desta experiência possuíam características diferentes, sendo algumas de terminação de gado de corte, outras de ciclo completo, apenas de genética ou ainda com sistema exclusivo de confinamento. Porém, é inegável que estas propriedades estão agora mais eficientes e rentáveis, incorporando novas tecnologias e motivadas para prosseguir nesse processo de melhoria contínua”, ressaltou Gonzaga. Com o término desse projeto-piloto, no final de junho a Embrapa Pecuária Sul começa a desenvolver o BPA junto com proprietários na região do município de São Francisco de Paula.

Durante a solenidade de entrega dos certificados, o coordenador nacional do BPA, Ezequiel Rodrigues do Valle, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, anunciou que o governo federal vai abrir uma linha de crédito específica para as propriedades que aderirem ao BPA. “A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República está elaborando a criação de uma linha de crédito específica para as propriedades se adequarem aos preceitos do BPA, com juros mais em conta e prazos mais estendidos”, afirmou Valle. Ainda segundo o coordenador nacional, o programa é uma ótima oportunidade para o aumento da qualidade da atividade, modificando a imagem da pecuária no exterior e contribuindo para o crescimento das exportações. Já o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Alexandre Varela, avaliou a experiência como muito bem-sucedida, ressalto que já há outros grupos de proprietários interessados em desenvolver o BPA no Sul do país.

Para o produtor Alaor Martins Duarte, da Cabanha Capão Alto, a adoção das recomendações do BPA fez com que ele abandonasse velhas práticas em sua fazenda. “Ações como usar relho, cachorro para tocar os animais, ou mesmo gritar com os bois foram totalmente abolidos da propriedade”. Duarte ressaltou ainda que um dos pontos altos do BPA foi a oportunidade de capacitação para os proprietários e funcionários das fazendas. “Tenho quase 80 anos é foi uma excelente oportunidade de me reciclar, aprender e implantar melhorias que com certeza vão resultar em maior produtividade e qualidade”, finalizou o proprietário.

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