Embrapa e Emater-DF fortalecem parceria

"Temos que atuar cada vez mais no atacado". Foi o que defendeu nesta terça-feira (20) o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Claudio Karia, durante encontro técnico que reuniu no auditório da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF

22.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Juliana Caldas

O evento foi realizado com o objetivo de fortalecer a parceria entre as duas instituições. "Precisamos definir as prioridades de cada região e, assim permitir um desenvolvimento local mais efetivo e sustentável", afirmou Karia.

O presidente da Emater-DF, Argileu Martins, também enfatizou a necessidade de ir além das experiências isoladas. "Para isso, precisamos ser pragmáticos e programáticos para conhecer as tecnologias disponíveis e organizar soluções de problemas no campo". Segundo ele, a Emater-DF está trabalhando para ser uma empresa de inovação, nesse sentido, a conexão com a pesquisa não pode deixar de acontecer. "Até agora, a parceria entre Emater-DF e Embrapa tem dado muito certo, mas é preciso estabelecermos estratégias para massificarmos o conhecimento", afirmou.

"Essa organização da parceria de forma sistemática pode dar um salto ainda maior na produtividade agropecuária do Distrito Federal", disse o secretário de Agricultura e Abastecimento do DF, José Guilherme Leal. Para ele, o grande desafio do setor público é conseguir trabalhar de forma integrada. "Hoje em dia não cabem mais sobreposições", enfatizou. Ele explicitou ainda o que considera os dois principais desafios do setor agrícola no âmbito do DF: o binômio água e agricultura e a intensidade do uso dos recursos químicos. "São dois pontos muito relevantes e que devem receber uma atenção especial".

O chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Marcelo Ayres, também defendeu a necessidade de institucionalizar a parceria entre as duas empresas públicas. "É fundamental transformar essa parceria em ações institucionais. Hoje precisamos ter uma atuação mais transversal, que perpassa produtos e cadeias produtivas", afirmou. Marcelo Ayres apresentou a agenda de pesquisa e desenvolvimento da Unidade, mas fez questão de deixar claro que outras demandas podem sempre ser incorporadas. "Precisamos vislumbrar oportunidades que vão além dos projetos", afirmou.

"Podemos elencar várias tecnologias geradas pela Embrapa Cerrados e transferidas pela Emater que ajudaram a mudar a realidade da agricultura no Cerrado e, por consequência, no DF. Mas, hoje vivemos uma nova realidade, onde o impacto das inovações é mais difícil de ser obtido, já que atualmente os desafios são mais complexos, pois eles interagem com outros problemas igualmente importantes", avaliou o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva. Ele apresentou na ocasião algumas soluções tecnológicas para transferência de tecnologia desenvolvidas ou em desenvolvimento na Unidade. "Algumas estão apenas esperando o momento certo de serem posicionadas", adiantou.

O extensionista da Emater-DF lotado no escritório de articulação da Emater localizado na Embrapa Cerrados, Antônio Carlos Mendes, apresentou os programas prioritários desenvolvidas pela empresa de assistência técnica e extensão rural. Esse escritório de articulação da Emater foi aberto na Embrapa Cerrados em 1999. "As duas instituições viram juntas as produtividades saltarem e mudarem o cenário da agropecuária na região", relembrou. Ele apresentou informações previamente levantadas junto aos escritórios regionais da empresa, com algumas demandas dos agricultores direcionadas à pesquisa nas áreas de produção vegetal, produção animal e recursos naturais. No topo da lista desses três temas apareceram os seguintes assuntos: manejo integrado de pragas, alimentação animal e uso racional da água.

Durante a reunião técnica, foram relatadas experiências exitosas da parceria Embrapa, Emater e Produtor Rural, como a que ocorreu na Expedição Safra Brasília. Além disso, pesquisadores da Embrapa Cerrados apresentaram exemplos de pesquisas desenvolvidas em parceria que deram muito certo, como foi o caso do melhoramento participativo de mandioca e, também, das pesquisas relacionadas ao sistema de produção de maracujá. Também foram apresentadas potenciais ações que podem ser desenvolvidas e tecnologias que podem ser implementadas em conjunto, como relacionadas à questão da situação hídrica do DF ou mesmo à adoção de sistemas diversificados de produção.

Na próxima terça-feira (27), uma oficina de trabalho será realizada na Embrapa Cerrados para definir e programar as ações de transferência de tecnologia que devem serão priorizadas no âmbito da parceria Embrapa, Emater-DF e produtor rural.

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