A partir de um simulador de chuva, a Embrapa Soja irá demonstrar na prática, de 5 a 15 de abril, durante a Expo Londrina, realizada no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina (PR), como o sistema de semeadura pode melhorar em 20% a taxa de infiltração e o armazenamento de água no solo. O tema será apresentado na Via Rural (Fazendinha), em parceria com a Emater-PR e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Além disso, a Embrapa Soja apresentará tecnologias de inoculação em soja e aspectos do Manejo Integrado de Pragas. No estande institucional, o destaque será uma metodologia de avaliação da estrutura do solo e também os benefícios do uso da soja como importante fonte de proteína na alimentação.
Semeadura e taxa de infiltração de água no solo - Para demonstrar como a semeadura pode interferir na taxa de infiltração e no armazenamento de água no solo, o pesquisador Júlio Franchini, da Embrapa Soja, semeou, na Via Rural, a cultura do milho em dois diferentes sistemas. Em uma parcela, a semeadura segue o mesmo sentido das curvas de nível, chamado de semeadura em nível. A outra parcela foi semeada em sentido transversal às curvas de nível, conhecido popularmente como plantio morro a baixo.
Além disso, para avaliar como ocorre a taxa de infiltração nos diferentes sistemas de semeadura, a Embrapa instalará um simulador de chuva, que libera 20 milímetros de água em 10 minutos. Franchini explica que a água que cai sobre as parcelas é conduzida por mangueiras até uma trincheira aberta no solo, de onde são realizadas as avaliações. “Os testes similares realizados pela Embrapa revelam que o plantio morro abaixo tem uma perda aproximada de 20% de líquido, quando comparada com o cultivo em nível, que é mais eficiente na retenção e no armazenamento de água”, explica. Confira a demonstração do simulador de chuva, realizada no Dia de Campo na Embrapa:
DRES – Outra tecnologia que será demonstrada na Expo Londrina será o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES), um método de avaliação visual da estrutura superficial dos solos, desenvolvido pela Embrapa, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL). O DRES permite que o produtor avalie de forma muito rápida e na própria fazenda, a situação do solo e as práticas de manejo para melhorar a qualidade dos solos.
O pesquisador da Embrapa Soja, Henrique Debiasi, diz que a estrutura do solo é componente essencial da fertilidade, porque influencia o comportamento físico, químico e biológico do solo, dando sustentação à produtividade agrícola. Antes do desenvolvimento do DRES, a estrutura das camadas superficiais do solo vinha sendo avaliada por meio de métodos quantitativos que não a caracterizavam precisamente e eram de difícil aplicação e interpretação em condições de campo.
“O DRES foi desenvolvido para atender as especificidades de monitoramento da qualidade do solo brasileiro de forma rápida e fácil. Nosso intuito é facilitar o diagnóstico e melhorar os critérios para a tomada de decisão sobre a adoção de práticas de manejo que melhorem a qualidade estrutural do solo”, avalia Debiasi. A Embrapa Soja desenvolveu uma página temática com todas as informações sobre a tecnologia www.embrapa.br/dres/
Soja na Alimentação - Outro tema que terá destaque será a utilização da soja como um alimento. Por seu alto valor energético e proteico, a soja é fonte para diminuir a desnutrição ou mesmo opção proteica para vegetarianos e veganos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, José Marcos Gontijo Mandarino, a proteína da soja é a melhor do reino vegetal com possibilidade de substituir as proteínas animais, do ponto de vista nutricional. “A proteína da soja contém todos os aminoácidos essenciais, excetuando-se apenas os aminoácidos sulfurados (metionina e cistina)”, comenta o pesquisador.
Além disso, Mandarino explica que o óleo de soja é rico em ácidos graxos poli-insaturados e carboidratos com atividade prebiótica (ingredientes nutricionais não digeríveis que beneficiam o organismo estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas).