Atualização do código florestal garantirá a legalidade para a produção nacional
O pesquisador Rudiney Ringenberg, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas – BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, é o coordenador da Comissão Técnica de Registro de Defensivos para Mandioca que vai protocolar, em janeiro, o pedido de extensão do Limite Máximo de Resíduo (LMR) para defensivos já registrados no agrupamento referência (batata e cenoura).
Liderada pela Embrapa, a comissão foi legitimada na última reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Mandioca, realizada em Brasília, em 19 de novembro, entre os 12 integrantes do fórum. Além de Rudiney, participaram do evento os pesquisadores Carlos Estevão Leite Cardoso, representante da Embrapa na Câmara, e Marco Antonio Sedrez Rangel, que coordena projetos de pesquisa e ações de transferência de tecnologia em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Na oportunidade, foi feita a primeira lista de produtos defensivos que devem ser registrados para a cultura. São nove princípios ativos de herbicidas e seis de inseticidas. "Na verdade, estes produtos já são usados, mas de maneira ilegal, na cultura da mandioca. A norma vem facilitar a legalização do que já é feito", simplifica Rudiney, que é entomologista.
Regulamentação
Desde 23 de fevereiro de 2010, a mandioca está incluída pela Instrução Normativa Conjunta 01 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre as culturas com suporte fitossanitário insuficiente (CSFI), conhecidas internacionalmente como minor crops, para as quais a falta ou número reduzido de defensivos e afins registrados acarreta impacto socioeconômico negativo, por não atender às demandas fitossanitárias.
Este é um pleito de 15 a 20 anos do setor produtivo da mandioca, que possui poucos defensivoss registrados para o controle de insetos-praga e plantas daninhas. Sem a regulamentação – principalmente dos herbicidas –, ficam comprometidos os esforços para implantação do plantio direto da mandioca – importante alternativa para minimizar os custos de produção e diminuir as perdas expressivas de solo nos sistemas convencionais de cultivo –
e os projetos de Produção Integrada, que se fundamentam em boas práticas agrícolas, redução dos impactos ambientais e promoção do bem-estar social dos empregados.
O próximo passo em direção ao registro é promover um encontro com os fabricantes de defensivos, organizado em parceria com a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), previsto para este mês. De acordo com Ringenberg, muitas empresas argumentam não ter interesse em registrar produtos para a cultura da mandioca devido ao alto custo do processo e ao baixo retorno financeiro. "Mas as empresas já estão sensibilizadas e, a partir da publicação da norma, algumas já tomaram iniciativa e estão registrando seus produtos", explica.
Reunião técnica
De acordo com a Instrução Normativa Conjunta 01, após a aprovação da extensão do LMR pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde e do Meio Ambiente, as empresas têm dois anos para apresentar os laudos da análise de resíduos. O processo total leva em torno de três anos para ser finalizado.
A Comissão Técnica de Registro de Defensivos para Mandioca conta ainda com integrantes do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Cooperativa Agroindustrial do Noroeste Paraense (Copagra), Yoki Alimentos, C. Vale Cooperativa Agroindustrial, Cooperativa dos Produtores de Amido Modificado de Mandioca do Estado da Bahia (Coopamido), Associação dos Produtores de Mandioca do Noroeste do Paraná (Aproman) e Associação Técnica das Indústrias de Mandioca do Paraná (Atimop).
A iniciativa da Embrapa Mandioca e Fruticultura em relação ao uso de defensivos na mandioca é anterior à legitimação do nome de Ringenberg. Nos dias 12 e 13 de novembro, a Unidade coordenou e realizou, em Londrina (PR), uma reunião técnica para debater a utilização e o registro de defensivos com seus parceiros na região Centro-Sul, onde estão os projetos conduzidos pelo pesquisador Marco Rangel.
Léa Cunha
Embrapa Mandioca e Fruticultura
(75) 3312-8076
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