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Identificar e analisar fatores que afetam e influenciam o uso sustentável da água por parte de agricultores familiares do Distrito Federal. Com esse objetivo, começaram na última semana a ser realizadas entrevistas que atingirão cerca de 600 famílias de agricultores de 11 microbacias localizadas em seis núcleos rurais do DF.
Os núcleos são Pipiripau, Taquara, Santos Dumont, Rio Preto, Tabatinga e Jardim – que fazem parte das bacias do São Francisco, Paraná e Araguaia.
As atividades devem durar cerca de três anos e estão sendo coordenadas pelo pesquisador Francisco Rocha da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária localizada em Planaltina (DF). Também são parceiros no projeto a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), a Universidade de Brasília (UnB) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“Queremos entender do ponto de vista do nosso cliente o que está facilitando ou dificultando a adoção de práticas conservacionistas”, afirmou o pesquisador. De acordo com ele, com essa análise poderão ser definidas as intervenções mais eficazes a serem implementadas com cada grupo, como dias de campo, cursos, excursões para troca de experiências, dentre outras atividades. A partir de uma pesquisa qualitativa realizada com 21 técnicos da Emater-DF, foi formatado um questionário com 77 perguntas, cujos itens estão sendo validados nessas entrevistas iniciais. “Depois disso, teremos oportunidade de verificar os fatores que estão influenciando, ou seja, são preditores desses usos sustentáveis da água na agricultura”, explicou Rocha.
Foram identificados, inicialmente, cinco grandes fatores que se interrelacionam: preservação e recuperação de nascentes, conservação e recuperação de matas de galerias/ciliares, uso racional da água na agricultura, manejo e conservação do solo, e gestão de resíduos (agrotóxico, adubo, dejetos de animais). Durante as entrevistas também estão sendo recolhidos os dados sócio-demográficos dos agricultores. Vitor José Fernandes, 56 anos, do Núcleo Rural Pipiripau, foi um dos entrevistados. Goiano de Iporá, ele produz há 26 anos na propriedade de 20 hectares. A agricultura é a única fonte de renda da família. O agricultor destacou a importância da pesquisa e enfatizou que espera que ela tenha consequências práticas. “Tudo o que for feito para melhorar a nossa situação é bem-vindo”, afirmou.
O agricultor capixaba Vicente de Paulo Zandonade, 49 anos, também destacou a iniciativa. Ele possui uma propriedade de 28,5 hectares no Núcleo Rural Pipiripau e conta que uma das principais dificuldades que encontra no local é combater as doenças do solo. “Por meio desses contatos, acabamos tirando dúvidas e esclarecendo adequadas formas de manejo. É muito proveitoso”, avalia. Zandonade adiantou que, sempre que possível, participa de encontros como o Dia de Campo. “É certamente uma ótima oportunidade para os agricultores se atualizarem e trocarem conhecimentos”.
Juliana Caldas
Embrapa Cerrados
/ (61) 3388-9945
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