Embrapa capacita equipes em análise de imagens hiperespectrais

Profissionais de oito unidades da Embrapa e de instituições de pesquisa parceiras participaram na semana passada de um treinamento em análise de imagens hiperespectrais

29.11.2017 | 21:59 (UTC -3)
Edna Santos ​

Profissionais de oito unidades da Embrapa e de instituições de pesquisa parceiras participaram na semana passada de um treinamento em análise de imagens hiperespectrais – técnica que ilustra a composição química dos objetos por meio de imagens e diferentes estratégias digitais (RGB) e espectrais (visível, infravermelho e fluorescência). O curso realizado na sede da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) de 20 a 24 de novembro, foi uma ação da Rede de Usuários de Espectroscopia no Infravermelho Próximo - Rede NIRS (do inglês Near-Infrared Spectroscopy), projeto institucional do macroprograma 5.

A análise de imagens hiperespectrais vem sendo utilizada em diferentes campos do conhecimento desde artes, mineralogia, até em agricultura de precisão. Entre as vantagens da técnica estão a possibilidade de realizar análises não destrutivas em laboratório, com precisão, rapidez e baixo custo ou em campo usando VANTs para sensoriamento remoto.

“Na Embrapa, algumas Unidades já estão usando a técnica de imagens hiperespectrais para analisar a qualidade de grãos e temos desenvolvido modelos para que possamos integrar essa ação junto com a cadeia produtiva de milho, soja, trigo”, contou a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Maria Lúcia Simeone, que coordena a Rede NIRS.

Atualmente na Embrapa existem três câmeras de análises hiperespectrais e 25 instrumentos NIRS. “As equipes estão sendo capacitadas nas áreas de quimiometria e de técnicas espectrais para o desenvolvimento dos modelos de acordo com o interesse e aplicação em cada Unidade”, explicou Simeone.

Em cada área de aplicação a técnica é usada para identificar, medir e mapear as propriedades físicas, químicas e biológicas dos objetos escaneados. “Existem muitos exemplos de como podemos usar as câmeras e cada filtro traz uma informação diferente. Dependendo do que você quer obter, do problema que você quer resolver, não é necessário ter equipamentos caros para se obter um resultado”, afirmou o professor do curso, José Manuel Amigo, professor da Universidade de Copenhagen e professor visitante na Universidade Federal de Pernambuco.

O pesquisador da Embrapa Algodão Everaldo Medeiros, responsável pelo Laboratório de Química Tecnológica da Unidade e organizador do curso, destacou que a capacitação foi uma oportunidade de trazer melhoria científica e de conhecimento aos resultados de pesquisa dentro da Empresa, tornando-a referência no assunto na área agrícola. “Essas melhorias vão desde a parte de melhoramento, seleção de sementes com características especiais, estudo de metabólitos secundários, aplicações em termos de recomendação para a planta e para o solo, detecção de contaminantes em várias matrizes, por exemplo, micotoxinas em grãos (como o amendoim, milho, soja), detecção de contaminantes no algodão, sejam eles de origem botânica (folhas, resíduos), sejam aqueles de origem química, além das características e qualidade de fibra”, elencou.

Participaram do curso profissionais da Embrapa Acre, Embrapa Algodão, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Monitoramento por Satélite, Embrapa Pantanal, Embrapa Suínos e Aves e Embrapa Trigo de forma presencial e por videoconferência.


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