No Brasil é crescente o aumento do interesse pela cultura da oliveira, sendo apontado como um dos países, que a médio e longo prazos, pode se tornar um grande produtor de azeitonas. Mas, um dos maiores desafios em relação a cultura é possibilitar o acesso a informações técnicas aos novos empreendedores, na grande maioria das vezes, sem a utilização de técnicas adequadas de cultivo. Para atender essa demanda, a Embrapa e a Oliva Agroindustrial Ltda. irão assinar um acordo de cooperação técnica nesta quinta-feira (17/03) para firmar um compromisso de realização de ações de desenvolvimento e difusão de tecnologias em Produção Integrada de Oliveiras e análises de azeites. O ato acontece às 13h, na propriedade rural de Luiz Eduardo Batalha, na localidade da Estrada Velha Guarda, em Pinheiro Machado,RS.
As atividades assumidas e realizadas entre as duas empresas estarão contempladas no projeto de pesquisa denominado Bases Técnico-científicas à Produção Integrada de Oliveiras no Sul do Brasil. Caberá à Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) realizar análises de amostras de azeite provenientes da produção da Oliva Agroindustrial, elaborar projetos de pesquisa e de transferência de tecnologia, com ênfase no desenvolvimento da olivicultura da Metade Sul do Rio Grande do Sul, apoiar ações de transferência de tecnologia destinadas para a cadeia produtiva da oliveira e adequadas às necessidades da região, instalar área piloto de Produção Integrada para a cultura da oliveira, que servirá à promoção de dias de campo para técnicos e produtores rurais envolvidos com a cultura da oliveira no Sul do Brasil, e ainda, fornecer as mudas para instalação da área piloto. Quanto a Oliva Agroindustrial ficará responsável por ser um espaço de referência para promover o desenvolvimento da olivicultura na Metade Sul do Rio Grande do Sul, entregar amostras de azeite para análise no laboratório de azeites da Embrapa Clima Temperado, disponibilizar área de um (1) hectare destinada a instalação de área piloto de Produção Integrada de Oliveiras e providenciar apoio técnico e logístico na instalação e acompanhamento da área piloto de Produção Integrada de Oliveiras. O acordo terá uma vigência de cinco anos e será assinado pelo chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon e pelo proprietário da Olival Agroindustrial Ltda, Luiz Eduardo Batalha.
A olivicultura no país
O interesse pela olivicultura está concentrado nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Nestes estados encontram-se áreas instaladas em fase de produção e em processo de beneficiamento de azeitonas e embalagem de azeite de oliva. Estima-se segundo dados recentemente levantados pela Emater/RS e a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira – Assoolive, que somente entre os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo tenham-se alcançado algo em torno de 1.200 hectares implantados com a cultura, do mesmo modo que há diversos projetos de plantio de oliveiras de investidores privados nacionais e estrangeiros no estado gaúcho, com áreas que chegam a atingir mais de 1 mil hectares.
Várias tentativas de exploração racional da oliveira foram realizadas pela iniciativa privada nas últimas décadas. Porém, por falta de tecnologias apropriadas como, por exemplo: zoneamento edafoclimático para cultivares, conhecimento da fisiologia da floração e frutificação, manejo adequado da planta e do solo, tecnologias de produção de azeite e técnicos capacitados para análises físico-químicas e sensorial de azeitona de mesa e azeite de oliva, houve insucessos.
Com a introdução da Produção Integrada (PI) para a cultura da Oliveira, que é um sistema moderno baseado em boas práticas agropecuárias, existirão grandes vantagens, por este sistema de produção reduzir as aplicações de insumos agrícolas, passando esta cultura a ser conduzida segundo normas que visam a produção com sustentabilidade ambiental.
Conforme o pesquisador Rogério Jorge a ideia de se iniciar neste momento o trabalho de implantação da PI de Oliveiras vem ao encontro da necessidade de levar a estes agricultores conhecimentos básicos de técnicas agrícolas, evitando assim, um maior passivo causado pela desinformação que hoje impera com relação à implantação desta cultura no país.
Foto: Paulo Lanzetta