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Nesta quarta-feira (14/04), a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical apresenta, em Cruz das Almas/BA, o projeto “Transferência de tecnologias em sistema agroflorestal para agricultura familiar em dois territórios de identidade, no Estado da Bahia”.
A apresentação ocorre no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 8h.
Aprovado no final de 2009 no edital de apoio a tecnologias para desenvolvimento social da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), o trabalho liderado pelo pesquisador Antonio Souza do Nascimento tem como objetivo transferir tecnologias apropriadas para a agricultura familiar, utilizando frutíferas arbóreas, nim indiano (Azadiracta indica), culturas alimentares e forrageiras, em sistemas agroflorestais (SAFs) nos territórios do Recôncavo Baiano e da Bacia do Paramirim.
Os parceiros da Embrapa no projeto são: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Cruz das Almas, Associação dos Produtores Orgânicos do Recôncavo da Bahia (Aporba), Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Paramirim, Associação das Famílias Agrícolas de Paramirim (Afapa) e Nimbahia Produtos e Serviços Agroflorestais (SAF).
Apesar de representar uma significativa parcela na produção nacional, os agricultores familiares ainda carecem de sistemas de produção apropriados à sua capacidade de investimento, ao tamanho de suas propriedades rurais e ao tipo de mão-de-obra empregada.
Segundo o pesquisador Antonio Souza do Nascimento, o sistema agroflorestal é interessante para a agricultura familiar por reunir vantagens econômicas e ambientais. “Por reunir as culturas agrícolas com as culturas florestais, o SAF é planejado para permitir colheitas desde o primeiro ano de implantação, de forma que o produtor obtenha rendimentos provenientes de culturas anuais, hortaliças e frutíferas de ciclo curto enquanto aguarda a maturação das espécies florestais e das frutíferas de ciclo mais longo”, explica.
Com o SAF o agricultor tem um maior número de produtos disponíveis para a comercialização em diferentes épocas do ano, podendo incrementar a renda e aproveitar melhor a mão-de-obra familiar. Além disso, a utilização sustentável dos recursos naturais aliada a uma menor dependência de insumos externos resulta em maior segurança alimentar e economia, tanto para os agricultores como para os consumidores.
Todos os sistemas têm o nim como componente arbóreo, escolhido por ser uma árvore reconhecidamente valiosa – a planta inseticida mais estudada em toda a Terra devido a suas folhas e frutos. Sua madeira é imune a cupins, dura, relativamente pesada e utilizada na confecção de carretas, ferramentas e implementos agrícolas, postes para cerca, casas e móveis.
Os territórios
O Território de Identidade do Recôncavo tem na agricultura sua principal fonte de renda. Nas duas últimas décadas a cultura dos citros e do fumo experimentaram um acentuado declínio por conta da retração dos mercados.
“A implantação de um sistema agroflorestal tendo como base a exploração de diversas frutíferas e culturas de sobrevivência por certo contribuirá para a segurança alimentar local”, explica o pesquisador Antonio Nascimento.
Reconhecido pela forte influência na construção da histórica e cultural da Bahia, o território do Recôncavo é constituído pelos municípios de Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, Castro Alves, Conceição do Almeida, Cruz das Almas, Dom Macedo Costa, Governador Mangabeira, Marogojipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazaré, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, São Felipe, São Félix, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Sapeaçu, Saubara e Varzedo.
Já o Território Bacia do Paramirim abrange nove municípios (Macaúbas, Boquira, Paramirim, Ibipitanga, Rio do Pires, Tanque Novo, Botuporã, Caturama e Érico Cardoso). Até meados dos anos 80, sua economia era baseada na cultura do algodoeiro mas, com a introdução da praga do bicudo, a cotonicultura deixou de ser competitiva e várias usinas de beneficiamento foram fechadas, resultando na desestruturação do setor agrícola regional.
Léa Cunha
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
(75) 3312-8076 /
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