Embrapa Agropecuária Oeste completa 34 anos

13.06.2009 | 20:59 (UTC -3)

No início da década de 70, no antigo Estado de Mato Grosso, a pecuária extensiva predominava sobre uma agricultura incipiente. Nesse cenário foi criada, em 13 de junho de 1975, a Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual de Dourados (Uepae de Dourados), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A pesquisa da Unidade concentrou-se nas culturas de arroz, feijão, milho, soja e trigo, basicamente nas áreas de melhoramento genético, fitossanidade e conservação, manejo e fertilidade do solo.

Para se adaptar às mudanças dos cenários nacional e internacional observados nos últimos anos, a Uepae foi transformada no Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste (Embrapa Agropecuária Oeste). De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas, durante este período de 34 anos, a Unidade contribuiu de uma forma muito expressiva para os saltos de produtividade ocorridos na região, especialmente de soja e trigo.

“É importante destacar as parcerias para a realização dos trabalhos ao longo desses anos, como por exemplo, a Fundação Chapadão, Fundação MS, Fundação Vegetal, Sindicatos Rurais, Grupo de Plantio na Palha, Agraer, as Universidades e outras unidades da Embrapa”, observa Fernando Lamas.

Contribuições

Entre as contribuições da Empresa, destacam-se as variedades de soja e trigo que até hoje são extremamente importantes como, por exemplo, as ‘Embrapa 48’ e ‘Dourados’ (soja), e a variedade de trigo BR 18. “A Embrapa sempre esteve à frente dessas questões e contribuiu muito para a sustentabilidade do negócio agrícola”, destaca o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Guilherme Lafourcade Asmus.

Outra contribuição que merece destaque é o trabalho pioneiro desenvolvido pela Embrapa Agropecuária Oeste para a consolidação do Sistema de Plantio Direto e, mais recentemente, de sistemas integrados de lavoura-pecuária. “Além de ser uma das primeiras instituições a se preocupar em desenvolver tecnologias para o Sistema Plantio Direto, ajudou a firmar o conceito de que plantio direto não é só a semeadura direta, mas envolve premissas como, por exemplo, a cobertura permanente do solo e a rotação de culturas”, diz Guilherme Asmus.

Desafios

As mudanças sofridas pelo agronegócio em decorrência de questões como demandas de mercado e alterações climáticas, exigem que a Embrapa as acompanhe oferecendo sustentação para que elas não impactem o sistema. “Os cenários que estamos vivendo mais recentemente como instabilidades climáticas mais acentuadas, demandas por alimentos mais saudáveis e baratos, demanda por produção de energia limpa e pelo uso mais racional e sustentável dos recursos naturais, fazem com que nossas linhas de pesquisa sigam essas tendências que são regionais, nacionais e mundiais”, afirma o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento.

Entre os desafios da Unidade estão: manter-se sintonizada aos anseios da sociedade e do setor agropecuário e poder atuar de forma a atender às demandas da sociedade; acompanhar as tendências regionais, nacionais e mundiais e, rapidamente, responder com trabalhos de pesquisa. “Por exemplo, MS já tem em torno de 340 mil hectares cultivados com cana-de-açúcar. Esta deverá ser uma realidade, então nós temos que nos adequar rapidamente a isso para gerar tecnologia e tornar a cultura da cana sustentável sobre os aspectos econômico, ambiental e social”, diz Asmus.

PAC Embrapa

Através do Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa, o PAC Embrapa, lançado em abril do ano passado pelo presidente da República, Embrapa Agropecuária Oeste investiu em 2008, em torno de R$ 1,4 milhão na modernização e implementação de ações e infraestrutura. Em 2009, já foram recebidos recursos na ordem de R$ 1,2 milhão, com possibilidade de mais liberações até o fim do ano.

Os recursos visam à melhoria da infraestrutura da Unidade, que prevê para este ano a construção de um prédio com dez salas para pesquisadores, de um laboratório para análises em agroenergia e de uma estação de tratamento de esgoto.

Segundo o chefe-geral Fernando Lamas, também estão sendo adquiridos equipamentos de laboratórios, recuperadas cercas, realizadas melhorias no prédio de Gerenciamento de Campos Experimentais (Gerecamp) e reforma de Casas de Vegetação. No campo experimental de Ponta Porã serão realizadas a recuperação das estradas, implantação de rede de energia elétrica, telefônica e internet.

Além disso, está prevista a contratação de dez pesquisadores, o que corresponde a um aumento de 30% no quadro de pesquisa da Unidade. “Isso permitirá à Empresa dar um salto de qualidade, com aumento significativo da infraestrutura de pesquisa e, como conseqüência, aumento na geração de conhecimentos”, diz Fernando Lamas. Outras contratações realizadas desde o ano passado também aumentaram o quadro de analistas, assistentes e operários de campo.

Entre as melhorias viabilizadas em 2008 pelo PAC Embrapa destacam-se: obras de revitalização, ampliação, adequação de laboratórios e campos experimentais; investimento em máquinas e equipamentos para atender projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e ações de Transferência de Tecnologia e reforma do prédio da biblioteca.

Kadijah Suleiman,

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados (MS)

(67) 3416-9742 /

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