Embrapa Agroenergia e CSIRO definem temas para trabalho conjunto

05.09.2012 | 20:59 (UTC -3)
Vivian Chies

Uso eficiente de água na agricultura, cana-de-açúcar e palmeiras produtoras de óleo são alguns dos temas em que a Embrapa Agroenergia deve trabalhar em colaboração com o centro de pesquisa australiano CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation). Em agosto, dois pesquisadores e o chefe-geral da instituição brasileira, Manoel Souza Júnior, viajaram à Austrália e reuniram-se com equipes do CSIRO atuantes em diferentes linhas de pesquisa.

Souza conta que uma das áreas em que as organizações dos dois países pretendem atuar é no uso de ferramentas biotecnológicas para melhorar a eficiência do uso da água em culturas agrícolas. “Esse é um tema muito relevante atualmente, inserido no contexto da sustentabilidade”, afirma o chefe-geral. CSIRO e Embrapa Agroenergia pretendem realizar um workshop no Brasil, em 2013, para que cientistas brasileiros e australianos possam debater o assunto.

Durante o encontro da semana passada, as equipes dos dois centros de pesquisa decidiram também investir na parceira para estudos nos campos da genômica, bioinformática e seleção genômica, com foco no aumento da biomassa da cana-de-açúcar. “A ideia é o desenvolvimento de estratégias mais eficientes de identificação de genes que, num segundo momento, poderiam ser empregados nos programas de melhoramento genético das duas instituições”, explica o chefe-geral da Embrapa Agroenergia.

“Nós vamos, agora, construir um projeto de colaboração técnica, por meio do qual dois dos nossos pesquisadores serão enviados à Austrália para realizar pesquisas, inseridos em programas de pós-doutorado”, complementa Souza. A iniciativa prevê também a atuação de cientistas australianos na Embrapa Agroenergia por curtos períodos.

A abertura para trabalhos conjuntos entre as organizações dos dois países se deu em março deste ano, quando uma comitiva australiana, liderada pela presidente do CSIRO, Megan Clark, visitou o Brasil e conheceu os trabalhos de algumas unidades da Embrapa. Clark e sua equipe estiveram na Embrapa Agroenergia e participaram de discussões técnicas com a chefia e os pesquisadores da Unidade brasileira.

A parceria com o CSIRO é uma das prioridades da Embrapa Agroenergia no campo da atuação internacional este ano. A instituição também está investindo na colaboração com o ARS/USDA, centro de pesquisa dos Estados Unidos, especialmente na área de pirólise.

Na viagem à Austrália, a comitiva brasileira também conheceu os modos de atuação e principais linhas de pesquisa do Australian High Resolution Plant Phenomics Centre, da School of Life Sciences - The University of Queensland e da BSES – The Bureau of Sugar Experiment Stations.

Fundado em 1926, o CSIRO tem 6,4 mil funcionários em 55 estações de pesquisa. Com um orçamento de cerca de US$ 1,3 bilhão, dos quais 60% são oriundos do governo australiano e o restante de outras fontes, o CSIRO tem uma missão mais ampla do que a da Embrapa, pois além da pesquisa agropecuária, também atua no setor da saúde e tem uma forte ligação com a indústria. A organização opera por meio dos chamados National Flagships Programs (NFP), o equivalente a portfólios.

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