​Embrapa Agroenergia apresenta trabalhos no principal evento de biodiesel

A instituição participa do 6º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e o 9º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel

16.11.2016 | 21:59 (UTC -3)
Daniela Garcia Collares

“O congresso será uma oportunidade para disseminar e discutir as principais contribuições científicas que a Embrapa Agroenergia vem obtendo nos últimos anos no sentido de aumentar a competitividade no setor do biodiesel no Brasil”. Desta forma, o pesquisador da Embrapa Agroenergia, Bruno Laviola, avalia a participação da instituição no 6º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e o 9º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel. Foram aprovados 22 trabalhos da Agroenergia nas áreas de matérias-primas, coprodutos, controle de qualidade e armazenamento.

Os trabalhos na temática de matérias-primas é considerado por Bruno Laviola, como uma das áreas mais importantes na cadeia de produção de biodiesel, isso se deve ao fato de que cerca de 60% dos custos na produção do biodiesel são advindos das matérias-primas. Os trabalhos aprovados no evento abordam, principalmente, a diversificação. “Atualmente a soja é a principal matéria-prima, porém é relevante diversificar o uso de matérias-primas considerando a regionalização da produção e o perfil dos produtores, visando sempre garantir o suprimento de óleo com custos adequados e em volume suficiente para atender a demanda desse biocombustível no Brasil” explica o pesquisador.

Pinhão-manso, macaúba, microalgas e dendê são algumas das opções avaliadas para fazer esta diversificação. Um exemplo, é a avaliação de genótipos do dendê. Simone Mendonça, pesquisadora da Embrapa Agroenergia, destaca que a principal característica buscada no óleo é o baixo teor de acidez, pois em quantidades elevadas podem dificultar ou mesmo inviabilizar o processo.

Outra área em que o dendê foi estudado é a que aborda o aproveitamento de coprodutos. Simone conta que foram feitas análises com os resíduos como cachos vazios, POME (efluente líquido), fibra de prensagem, torta de palmiste, borra do decanter para definir sua composição proporcionando assim, subsídios para o estudos de aplicações destes resíduos. No caso das fibras de prensagem já são feitos ensaios sobre a extração de carotenoides, substâncias com função de antioxidante. Para garantir que este composto esteja intacto até o momento de sua extração, foi realizado um estudo que aborda as melhores formas de conservação da fibra de prensagem durante o armazenamento.

Itânia Soares, pesquisadora da Embrapa Agroenergia, conta que desde a criação dos combustíveis há a preocupação com a questão da qualidade e o posterior desenvolvimento de metodologias para fazer essa verificação. Tendo isto em mente, alguns dos trabalhos enviados abordam a degradação do biodiesel, bem como formas para aumentar sua durabilidade e armazenamento. “Desde a inserção do biodiesel na matriz energética nacional, este combustível tem recebido fortes críticas, sendo até mesmo apontado como responsável por todos os problemas de qualidade da mistura com diesel. Em um recente trabalho na Agroenergia, foi estocada a mistura B7 em tanques réplica, por 90 dias e foi verificada degradação da mistura. O que é um indicativo que os problemas de degradação estão mais associados ao não uso de boas práticas que a presença do combustível na mistura.”

Também serão apresentados no congresso, aditivos que não estão no mercado atualmente que podem diminuir a degradação química e degradação por microrganismos. Esses são alguns dos trabalhos que a Embrapa Agroenergia irá apresentar, de um total de 720 trabalhos de várias instituições públicas e privadas. O evento será realizado na próxima semana, de 22 a 25 de novembro de 2016, no Praiamar Natal Hotel & Convention em Natal, Rio Grande do Norte.


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