Emater/RS-Ascar busca parceiros para integrarem grupo sobre solo e água

07.08.2012 | 20:59 (UTC -3)
Felipe Rosa

Os assistentes técnicos estadual e regional na área de Solos da Emater/RS-Ascar, respectivamente, Edemar Streck e Tailor Garcia, realizaram, nesta segunda-feira (6), um roteiro por Bagé/RS com o objetivo de mobilizar instituições locais para participação no Grupo de Trabalho de Solo e Água. O colegiado, criado em junho deste ano, reúne, além da Emater/RS-Ascar, instituições de ensino e pesquisa e secretarias estaduais, que, de forma conjunta, irão debater as principais problemáticas relacionadas ao manejo e conservação do solo no Rio Grande do Sul.

Em Bagé, a primeira visita aconteceu no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-grandense (IFSul) – escola de ensino técnico que coordena cursos na área de Agroindústria e Agropecuária. Na ocasião, Streck e Garcia apresentaram para o diretor do IFSul, Idílio Victoria, e para os professores Gabriel Bruno e Viviane de Paula, um panorama geral sobre o tema, e convidaram a instituição para participar de uma reunião que acontecerá em Porto Alegre, no próximo dia 13 de agosto, quando o colegiado se reunirá para definir a constituição oficial do grupo e para deliberar sobre as primeiras estratégias de ação.

Depois, os técnicos da Emater/RS-Ascar foram ao Centro de Ciências Rurais da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), para convidar as professoras do curso de Agronomia Ana Claúdia Huber e Ana Maria Bicca a integrarem o grupo de trabalho.

Com a consolidação do Grupo de Solo e Água em nível estadual, conforme Streck, há a possibilidade da constituição de núcleos microrregionais, que ficarão responsáveis pela análise específica de um determinado território. “Uma das principais problemáticas da região da Campanha, por exemplo, é a forma como as lavouras de soja vêm se expandindo, com a aplicação de práticas não condizentes com as características de solo, relevo e vegetação locais”, afirmou Streck. “O sistema de manejo de quem planta no Planalto é diferente do que deveria ser utilizado aqui, no Pampa. A região do Pampa é muito rica e daí vem uma de nossas preocupações”, explicou o assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar em Solos.

Na região da Campanha e Fronteira Oeste, conforme o assistente técnico regional em Solos, Tailor Garcia, haverá o maior aumento de plantação de soja no Estado, com previsões de um incremento de 100 mil hectares na próxima safra. “Isto preocupa não só quanto à conservação do solo, mas também por ser mais uma área suprimida do Bioma Pampa, que hoje já conta com mais de 50% dos campos nativos devastados”, alertou Garcia.

A criação de núcleos microrregionais permitiria, por exemplo, a constituição de unidades de observação, onde seriam avaliadas práticas de manejo do solo mais positivas para a região. “A gente quer criar estes núcleos para analisar a situação de forma específica e propor alternativas específicas para aquele local”, relatou Streck.

Uma das questões pontuais é a forma como o plantio direto está sendo feito no Estado, resultando em problemas relacionados à compactação do solo e perda de recursos hídricos. “Achava-se que o plantio direto teria resolvido os problemas do solo. Mas sabe-se que hoje, na maioria das vezes, há apenas a prática de passar a máquina, e não um sistema de plantio direto, como deveria ser feito”, destacou Garcia.

Um dos motivos principais para a constituição do Grupo de Trabalho foi a estiagem que assolou o Estado neste ano – ocasião em que a irrigação foi apontada como a principal solução para o problema. “A irrigação é importante, mas não somente ela. A questão do solo precisa ser tratada, já que um solo bem manejado retém mais água. O manejo correto do solo também aumenta a produtividade das lavouras em até duas vezes e pode reduzir os impactos da estiagem”, destacou Streck.

O projeto tem como um dos principais objetivos a troca de informações e a articulação entre as entidades participantes. “É importante esta integração do grupo para sabermos o que cada um está fazendo, seus projetos e estudos. Precisamos mobilizar as instituições quanto a este tema, e o primeiro passo é este que está sendo feito agora: a organização. O segundo é definir as estratégias de ação”, relatou Streck.

O Grupo de Trabalho atualmente é formado por universidades, colégios agrícolas, Emater/RS-Ascar, Embrapa, Fepagro e Secretarias de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) e de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR).

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