Saldo da balança comercial do agronegócio cresce 3,1% no acumulado do ano
O levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar aponta que o trigo apresenta uma redução de 23,26% na produção em relação à estimativa inicial do Rio Grande do Sul. A produtividade baixou em média para 1.966 kg/ha e as regiões mais afetadas foram o Planalto e o Médio Alto Uruguai (região administrativa de Passo Fundo) com 38,58%, as do Alto Jacuí, Noroeste Colonial e Celeiro (região administrativa de Ijuí), com perdas de 36,00%, e a do Alto Uruguai (região administrativa de Erechim), com 35,07%. O levantamento atingiu 281 municípios e, aproximadamente, 90% da área plantada.
Segundo os técnicos, a safra de trigo de 2012, do RS, foi largamente prejudicada pelos fenômenos climáticos ocorridos ao longo de seu ciclo. Os eventos meteorológicos como temporais, granizo, geadas tardias e períodos de intensos volumes de precipitações, afetaram a produção, tendo em vista o alto percentual de lavouras atingidas quando se encontravam nas fases críticas de seu desenvolvimento, especialmente entre o período das fases de floração até a maturação.
Boa parte do grão de trigo colhido tem apresentado baixa qualidade, depreciando o produto e impondo mais prejuízos ao agricultor. O PH (peso hectolitro) mínimo aceito dentro da tipificação oficial é de 72 para o tipo 3, abaixo desse PH, é considerado fora de tipo (impróprio para moagem), enquadramento de grande parte da produção atualmente colhida. Em alguns casos, o grão colhido sequer tem valor comercial, sendo destinado à ração. A Emater/RS-Ascar já efetuou 4.370 perícias de Proagro para a cultura de trigo nesta safra, em uma área de 135.146,87 ha, entre 01/07 e 21/11/2012.
O período foi benéfico para os trabalhos de plantio do arroz no Estado. A semeadura evoluiu rapidamente nas regiões de produção, atingindo 79% da área estimada. Na região da Campanha, a previsão é de que o plantio encerre no final do mês. Na Zona Sul, existe muitas áreas já com a semeadura finalizada e iniciando o processo de aguada. Já as lavouras de feijão estão semeadas em 86% da área, restando ainda a finalização nas regiões mais adiantadas e a implantação de grande parte da área da Serra, que tradicionalmente semeia no tarde.
A lavoura de milho no RS chega a ¾ da área plantada, e até aqui, com bom padrão fitossanitário, evoluindo nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e granação, essas duas últimas fases determinantes do potencial produtivo final da lavoura. Nesse último período, porém, ressentiu-se pela falta de umidade e pelas altas temperaturas em algumas regiões, localizadas principalmente na metade Norte do Estado. No Planalto, em áreas onde predomina o tipo de solo Ciríaco-Charrua, as plantas demonstram sinal de estresse hídrico através do enrolamento das folhas e amarelecimento das folhas basais, fato que vem preocupando os produtores. Na Fronteira Noroeste, nas Missões e no Alto Jacuí, a situação de lavouras era a mesma, com deficiência de umidade no solo, mas amenizada com a precipitação ocorrida na segunda-feira (19).
Os dias secos e com intensa insolação vêm favorecendo o desenvolvimento da cultura do morango, que se encontra na colheita da segunda florada. Os frutos estão com calibre menor, porém de ótimo sabor e coloração. Grande número de flores convertidas compensando o tamanho da fruta, incrementando, consequentemente, a produtividade dos pomares. As plantações estão mantendo boa sanidade e com pouco ataque de pragas.
Qualidade da uva apanhada é de excelente qualidade, aspecto e sabor, com rendimentos médios e plantas mantendo muito boa sanidade. Face às condições meteorológicas, a safra atual encontra-se 20 dias antecipada, já se encaminhando para o final a colheita de materiais daquele ciclo e iniciando maturação do ciclo precoce, como a niágara.
O estado sanitário do rebanho bovino de corte é bom, mas devido à elevação das temperaturas e da umidade, características da primavera gaúcha, houve aumento da ocorrência de ectoparasitas, como carrapatos, mosca-do-chifre, entre outras, assim como das verminoses, exigindo seu monitoramento e controle pelos pecuaristas. Esta é a época da realização da vacinação contra a febre aftosa dos animais com idade de até dois anos. Continua o período de nascimento de terneiros, cujo índice de natalidade já ultrapassa os 90%, na maioria das regiões produtoras de bovinos de corte do Rio Grande do Sul. Com maior disponibilidade de forragens em função das boas condições climáticas desta estação do ano, aumentou a oferta de gado gordo, provocando estabilização dos preços praticados.
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