​Emater-MG realiza palestras para prevenir greening, doença que provoca perdas na citricultura

O objetivo é alertar sobre os riscos e as formas de prevenção da enfermidade que não tem cura

01.11.2016 | 21:59 (UTC -3)
Terezinha Leite

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) está realizando uma série de palestras sobre o greening, considerada e pior doença para a citricultura, em nível mundial. O objetivo é alertar sobre os riscos e as formas de prevenção da enfermidade que não tem cura e provoca deformação, maturação irregual, redução e queda das frutas, nas plantas contaminadas por determinados tipos de bactérias. Os eventos estão sendo direcionados a fruticultores de citros de alguns municípios produtores da região central do Estado.

Duas dessas palestras estão agendadas para o dia 08 de novembro, na cidade de Piedade dos Gerais, às 13 e 14 horas, na Casa da Cultura Isabel Resende, como parte da programação do Circuito Frutificaminas. A promoção é da Emater-MG e da Prefeitura Municipal, com o apoio da Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Por ser a Instância Intermediária do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, quando o IMA recebe alguma notificação do greening, ele providencia o deslocamento fiscal até à propriedade envolvida para coleta da amostra da planta e o envio a laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A doença, que pode afetar as lavouras de laranja, limão e tangerina, chegou ao Brasil em 2004 e já se encontra em pomares de Minas Gerais, como explica um dos palestrantes, da próxima terça-feira, em Piedade dos Gerais, o engenheiro agrônomo e coordenador técnico estadual de Frutificultura da Emater-MG Deny Sanábio. “Essa doença não tinha no país, tinha nas regiões produtoras da China. Foi detectada pela primeira vez em São Paulo. É de difícil controle e fácil disseminação, já que o vetor é o inseto psilídeo Diaphorina citri, que por ser sugador da seiva, pode se contaminar com bactérias presentes no sistema vascular da planta. Desta forma, ao voar ele vai visitando várias plantas e infectando as demais”.

Sanábio destaca que apesar da gravidade do mal, é possível adotar medidas de proteção nas lavouras. “O greening não tem controle curativo, mas temos ações preventivas, através de mudas; eliminação das plantas com os sintomas e as que estão no raio delas; além do controle do inseto”, explica. Ainda de acordo o coordenador técnico, uma vez instalada a doença, a perda chega a 100/% da planta, inviabilizando a cultura. “ O greening está presente no Estado de Minas Gerais, mas quando se confirma a gente toma todas providências e cuidados, através do IMA, junto com assistência técnica rural para que não se propague mais”, ressalta.

De acordo o agrônomo da Gerência de Defesa Vegetal do IMA, Wagner Aquino, havendo a suspeita de contaminação da frutífera, o produtor deve imediatamente marcar a referida planta e comunicar ao IMA ou à Emater-MG. “Daí pra frente, caberá ao IMA tomar as providências cabíveis. Se o resultado for positivo a planta deve ser imediatamente erradicada e o produtor passa a ter a obrigação de realizar levantamentos fitossanitários trimestreais e dois relatórios semestrais para encaminhar ao IMA”, informa.

Piedade dos Gerais

Um dos organizadores das palestras do próximo dia 08, o técnico agropecuário do escritório local da Emater-MG, no município de Piedade dos Gerais, Bruno Brandão, preocupa com os danos que o avanço da doença pode trazer. “O principal risco econômico, caso a doença se espalhe é a queda da produção de frutas cítricas. Isso pode diminuir a renda dos produtores e culminar com a diminuição de vagas para os trabalhadores rurais, que prestam serviços temporários de tratos culturais e colheita nas lavouras.

De acordo com Bruno, Piedade dos Gerais tem hoje 997 hectares de citros, sendo que, 870 hectares são de tangerina, 76 de limão e 51 de laranja. Juntos a citricultura local produz cerca de 31.275 toneladas de frutas. “São aproximadamente 400 citricultores, produzindo no município. Mais de 95% deles são da agricultura familiar”, afirma. Ainda segundo o extensionista, as frutas cítricas da cidade e região são destinadas principalmente para o mercado nordestino, paulista, carioca, goiano e para a Ceasa Minas, unidade de Contagem. Brandão chama a atenção para os que desejam participar das exposições. “As palestras do Circuito Frutificaminas, etapa Piedade dos Gerais, destinam se a todos os produtores de citros da cidade e para os interessados em investir na citricultura”.


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