Emater-GO é finalista do 14º Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente

Elainy Pereira informa que o “pequizeiro ainda apresenta elevado grau de dormência das sementes e baixa reprodução natural”; há preocupação quanto ao seu futuro

20.11.2015 | 21:59 (UTC -3)
Wandell Seixas

A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) foi indicada ao 14º Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente, na modalidade da Biodiversidade. O projeto “Coleção de pequizeiros para conservação da biodiversidade, domesticação e cultivo na região de Cerrado" concorrerá à premiação na condição de finalista.

A cerimônia de entrega do Prêmio será realizada no dia 26 de novembro, às 20h, no espaço França Eventos. A equipe responsável pelo projeto é composta de Elainy Botelho Carvalho Pereira, Luiz César Ganfolfi, Job Carneiro Vanderlei e Idalina Dias Carneiro da Silva, da Emater, e Ailton Vitor Pereira, da Embrapa Produtos e Mercados, de Brasília.

De acordo com os autores do projeto em vias de premiação, 50% do Cerrado sofreu degradação em decorrência da realização inconsciente de algumas atividades agropecuárias. A consequência foi a perda de materiais genéticos “muito valiosos, antes de sua identificação, estudo e conservação para as gerações futuras", na visão de Elainy.

O pequizeiro se sobressai em meio à vegetação do Cerrado. Elainy observa que o “pequizeiro ainda apresenta elevado grau de dormência das sementes e baixa reprodução natural." É, portanto, motivo de preocupação quanto ao seu futuro, além das demais plantas remanescentes. Esse processo levou os pesquisadores da Emater e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a implantar uma coleção de pequizeiros visando à conservação da biodiversidade, domesticação e cultivo futuro dessa espécie ícone do povo goiano.

Metas

A meta da Emater é implantar uma coleção de pequizeiros para conservação da sua biodiversidade, domesticação e cultivo futuro na região de Cerrado. Com esse objetivo, a Agência já implanta e conserva uma coleção de pequizeiros. A partir de 2016, avaliará e selecionará as plantas mais promissoras. Esse trabalho pioneiro também conta com o apoio da Embrapa. As amostras de caroços e ramos têm sido doadas pelos produtores de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, interessados no resgate do pequi em seus respectivos estados.

A proposta é que, a partir do ano que vem, as plantas sejam avaliadas em seus caracteres agronômicos. Estarão envolvidos os aspectos relacionados ao porte da planta, tamanho dos frutos e dos caroços, à espessura e resistência da casca do fruto, textura, consistência, cor e sabor da polpa, resistência às doenças, pragas, ventos, entre outros. Essas experiências ocorrem numa área de 13 hectares e possui mais de 1.300 plantas no Campo Experimental de Plantas Nativas do Cerrado da Emater, localizado no Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Reconhecimento

A equipe de trabalho sob a coordenação de Elainy Botelho vê a indicação como “mérito reconhecido, desde a aprovação do projeto e financiamento pela Embrapa". Além do mais, os pesquisadores entendem que agora mais do que nunca a implantação e conservação da coleção de pequizeiros servirão par a sua domesticação e o futuro torna-se mais seguro. “Não só para Goiás, mas toda a região do Cerrado, estará contemplada", afirmou Elainy.

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