El Niño se aproxima do fim e entra na fase da neutralidade

Fim do fenômeno abre espaço para a transição e a chegada do La Niña

18.04.2024 | 15:49 (UTC -3)
Inmet

O El Niño, fenômeno caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, está chegando ao fim e próximo da condição neutra. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), desde o início de abril, foi registrado um resfriamento substancial das Temperaturas da Superfície do Mar (TSMs) que chegaram, nos últimos cinco dias, a valores próximos a 0,5ºC (graus Celsius) acima da média, na área de referência para definição do evento, denominada região de Niño 3.4.

Esse valor de temperatura é considerado o limite para o início da fase neutra do oceano (figura 1). Ainda segundo o Inmet, antes disso, as TSMs já vinham em constante esfriamento no Pacífico Equatorial. Entre os meses de fevereiro e março de 2024, as temperaturas decaíram de 1,5ºC para 1,2ºC acima da média.

Atualmente, os modelos climáticos analisados pelo Instituto indicam que a condição de neutralidade deve seguir até meados de junho.

Transição para o La Niña

Simultaneamente ao que acontece com o fenômeno El Niño, em algumas áreas do Pacífico Equatorial, como a costa oeste da América do Sul, as temperaturas já se apresentam mais frias que o normal (tons em verde na figura 2).

A persistência e a expansão destas áreas mais frias em direção a parte central do oceano, são condições favoráveis para formação do fenômeno La Niña, previsto para o segundo semestre do ano, conforme informado no boletim publicado pelo Inmet.

O La Niña consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Conforme análise do Inmet, a probabilidade é de que no trimestre junho, julho e agosto, ou seja, meados do inverno, o Brasil já esteja sob os efeitos do fenômeno.

Ainda não se pode afirmar a intensidade do La Niña, mas geralmente os impactos causados pelo fenômeno são: chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão.

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