Linha de crédito leva mais capital de giro para o setor da laranja
No dia 22 de setembro, o portal G1 divulgou que a agência internacional de classificação de risco Moddy’s elevou a classificação do Brasil para grau de investimento.
Foi a última agência a elevar o patamar de confiança na economia brasileira. Standard & Poor's e Fitch já haviam seguido por esse caminho.
Essa classificação leva em conta questões fiscais, dívida externa e condições políticas, dentre outros fatores. O Brasil saiu do último grau da especulação para o primeiro grau de investimento. Na prática, é um aval positivo para investidores.
Boa notícia.
Essa avaliação fundamenta as projeções econômicas positivas que têm surgido nas últimas semanas.
Investimento externo sempre é bem-vindo, aumenta a produção, empregos e renda. Maior renda aumenta a demanda por alimentos, principalmente os de consumo elástico, como é o caso da carne bovina.
O portal G1, com informações da Reuters e do Valor Online, divulgou que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também dá sinais positivos aos investidores. No dia 22 de setembro ela alcançou os 61.493 pontos, lembrando que não passava dos 61 mil pontos desde julho de 2009.
Por falar em retomadas, no dia 22/09 o dólar fechou em R$1,798 para venda, a menor cotação em um ano.
Vamos analisar as variações do câmbio relacionadas com investimentos estrangeiros.
Sobre a captação de dólares nos Estados Unidos para a realização de investimentos no Brasil (carry trade): essa movimentação ocorreu devido aos cortes na taxa de juros americana, que em junho de 2003 chegou a 1% a.a. (medida do governo incentivando a economia, que havia entrado em recessão em 2001). A entrada de dólares desvalorizou a moeda americana.
A alta do dólar, em outubro do ano passado, dispensa maiores explicações. Com a crise, houve retirada massiva de investimentos e conseqüente valorização do dólar. Com a retomada dos investimentos no primeiro semestre de 2009, o dólar voltou a cair e o real se valorizou.
O problema dos investimentos externos é justamente os efeitos no comportamento do câmbio. Investimentos externos trazem dólares para o Brasil. Essa entrada de dólares, dentre outras causas, gera desvalorização da moeda americana perante o real.
Para os exportadores, sejam curtumes, frigoríficos e outros, isso significa perda de competitividade.
É preciso torcer para que a demanda se eleve a ponto de compensar as perdas cambiais, conclui a Scot Consultoria.
Lygia Pimentel e Hyberville Neto
Consultores de mercado da Scot Consultoria
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