Do campo à caldeira

A produção de cana-de-açúcar para a temporada 2012/2013 deverá ter um aumento de 6,5%, em comparação com a safra 2010/2011, quando foram produzidas 560,36 milhões de toneladas de cana. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e revelam também que a área destinada a este cultivo está estimada em 8.527,8 mil hectares. O estado de São Paulo é o maior produtor com 51,82% (4.419,46 mil hectares), seguido por Minas Gerais com 8,46% (721,86 mil hectares), Goiás com 8,69% (741,38 mil hectares), Paraná com 7,13% (608,38 mil hectares). Com tamanha área de cultivo, é possível estimar o volume de palhada de cana produzida anualmente. Em 2011, a Secretaria do Meio Ambiente de Estado de São Paulo estimou em mais de 3,15 milhões de toneladas palhada de cana-de-açúcar deixadas nos canaviais.

Diante deste cenário, aumentam as oportunidades de negócios envolvendo o aproveitamento desta biomassa na cogeração de energia e produção de etanol de segunda geração. “A Vermeer tem tecnologias desenvolvidas especialmente para recolher, enfardar e triturar a palhada na cogeração de energia, utilizando este insumo renovável”, acrescenta Marco Livoti, gerente para soluções agrícolas da Vermeer Brasil.

Enleiradores

O enleirador TWIN RAKE R2800 da Vermeer é um equipamento versátil, apto a operar no manejo de forragens, bem como na biomassa da palhada de cana-de-açúcar. O ajuste da distância entre as rodas é um diferencial estratégico, permitindo que o equipamento transite entre as ruas e não sobre a soqueira da cana. Com abertura total chegando a 8,5 m, é capaz de formar leiras com larguras de 1 m a 1,5 m.

Nesse tipo de operação, a altura regulável dos ancinhos recolhe a palhada sem revolver o solo, de modo que ela seja rolada e não arrastada. Assim, ela acumula menos impurezas minerais. Com este procedimento, é possível deixar de 30 a 40% do material para benefícios agronômicos do solo como preservar a umidade e a temperatura. Livoti chama a atenção para a quantidade de palhada deixada no solo. De acordo com ele, acima de 40% de material pode trazer malefícios para o canavial como favorecer a proliferação de doenças e pragas como a cigarrinha, além de prejudicar o processo de cultivo.

Enfardadoras cilíndricas

Para o enfardamento da palha, a Vermeer conta com enfardadoras cilíndricas, cujo projeto inicial foi patenteado pelo fundador da empresa, Gary Vermeer. O modelo 604SM possui câmara variável, capaz de produzir fardos de 1,20 m de largura e até 1,8 m de diâmetro, com peso entre de 150 a 750 quilos. Específica para operações com palha de cana, possui componentes que suportam a abrasividade proveniente da sílica encontrada na palhada, o que prolonga a vida útil do equipamento. A simplicidade da enfardadora é outro ponto positivo, já que ela emprega a própria força centrípeda para adensar a palha.

A enfardadora consegue produzir até 22 toneladas por hora, o que pode variar dependendo da umidade do material e de outras condições de manejo. A palhada é capturada por um sistema de alimentação e levada diretamente para câmera de enfardamento, sem obstáculos, o que garante um fardo uniforme e compactado, evitando o embuchamento da máquina. Os rolamentos reforçados e com vedação tripla garantem a resistência no enfardamento. Em tempo real, o operador consegue monitorar elementos como tamanho, densidade e peso para obter um fardo uniforme no final do processo. Diferente dos fardos prismáticos, o sistema de amarração não demanda nós. Essa simplicidade permite o uso de fio de sisal, que pode ser processado junto com a palha para queima na caldeira ou para a produção do álcool de segunda geração.

Trituradores

Nesse segmento de biomassa, o destaque da Vermeer é o triturador horizontal HG6000E. Um dos diferenciais do triturador é o uso do sistema de tambor de corte, equipado com martelos revestidos com carbeto de tungstênio em vez de facas.

A modificação tecnológica reduz o custo de produção: seus concorrentes que usam facas precisam ter paradas programadas a cada 10 horas e a substituição do mecanismo de corte demora, em média, uma hora. “Fazendo as contas devidas, pode-se confirmar que a capacidade do HG6000E atinge no mínimo 80% de eficiência operacional, considerando um turno de 24 horas por dia”, explica Waldhuetter. De acordo com o especialista, o equipamento da Vermeer é capaz de triturar cerca de 26 toneladas por hora, com menos 15% de umidade, considerando um ciclo de 24 horas de operação. Disponível nos modelos móvel ou estacionário, a motorização do HG6000E tem potência de 600 cv. Além da alta produtividade, o triturador entrega um material com granulometria mais adequada para o processamento em usinas de biomassa, ou seja, fragmentos de até 7 cm ou ainda menores para geração de etanol de segunda geração.

A versatilidade do HG6000E permite que o equipamento possa ser empregado no processamento de palhada de cana-de-açúcar enfardada ou a granel. O triturador tem ainda eficiência garantida na reciclagem de resíduos de madeiras, processamento de resíduos florestais e outros descartes de materiais orgânicos.