Distribuidores de insumos buscam a antecipação de recebíveis para conseguir crédito, sair do risco e aumentar fluxo de caixa

Mercado tem percebido um aumento na procura pelo serviço de antecipação de crédito, em que o distribuidor “vende” seus recebíveis, como CPRS, duplicatas e notas promissórias, para os fundos de investimentos

13.03.2023 | 13:54 (UTC -3)
Fernanda Aleixo/Imprensa TerraMagna
Mercado tem percebido um aumento na procura pelo serviço de antecipação de crédito, em que o distribuidor “vende” seus recebíveis, como CPRS, duplicatas e notas promissórias, para os fundos de investimentos
Mercado tem percebido um aumento na procura pelo serviço de antecipação de crédito, em que o distribuidor “vende” seus recebíveis, como CPRS, duplicatas e notas promissórias, para os fundos de investimentos

A busca por crédito tem aumentado a cada dia. De acordo com a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o aumento na contratação de financiamentos decorreu da elevação dos custos de produção e das oportunidades de mercado ditadas por condições favoráveis de preço e de demanda.

No agronegócio, a compra a prazo é a principal ferramenta que a cadeia de distribuição de insumos tem para apoiar o produtor rural, que demanda um alto investimento para o plantio e só tem o retorno na colheita. Uma das operações mais utilizadas e conhecidas é o Barter, por meio da qual o produtor consegue os insumos para iniciar a safra e só paga a prazo, com parte da colheita.

Esse cenário, apesar de vantajoso para o produtor rural, pode representar riscos para o distribuidor, que recebe só no final da safra e acaba ficando exposto a riscos, entre eles uma possível quebra de safra, que pode ocorrer principalmente por questões climáticas. Além do risco, o distribuidor também vai precisar de uma fonte de financiamento para que consiga cumprir o seu papel de financiador do produtor rural, dado que ele é, por essência, um intermediário entre a indústria e a ponta.

Diante desse cenário, o mercado tem percebido um aumento na procura pelo serviço de antecipação de crédito, em que o distribuidor “vende” seus recebíveis, como CPRS, duplicatas e notas promissórias, para os fundos de investimentos.

Na operação, esses recebíveis são analisados por tecnologias e negociados no mercado de capitais, que paga à vista para o distribuidor; este, por sua vez, recebe no início da safra. Isso faz com que, ao comprar os insumos de uma indústria à vista, por exemplo, ele possa negociar descontos. Outra vantagem é que o distribuidor compartilha com o mercado de capitais o risco de inadimplência ou de quebra de safra; ou seja, se o produtor não conseguir arcar com o pagamento, a responsabilidade passa a ser do fundo.

“O distribuidor hoje acaba sendo um dos principais financiadores do agronegócio. Teoricamente, toda essa cadeia funciona quando ele consegue comprar a prazo para vender a prazo, porém, o que estamos vendo acontecer são os limites de crédito de fornecedores ficando cada vez mais restritos. Além disso, alguns insumos como fertilizantes e sementes também exigem um bom caixa para compra à vista. A antecipação ajuda os distribuidores a monetizar os próprios recebíveis para atender suas negociações com fornecedores cujo limite não acompanhou o mercado; e negociar à vista fertilizantes e sementes, por exemplo”, explica Gustavo Cansian, coordenador comercial da TerraMagna, empresa que leva crédito para o setor, considerada uma das maiores fintechs do agronegócio na América Latina.

A Agrofarm, que atua no agronegócio desde 2003, é uma das distribuidoras de insumos que utilizam o serviço. Com lojas nos estados do Tocantins e do Maranhão, eles atendem produtores rurais de toda a região. A empresa afirma que a antecipação de crédito garante o crescimento no negócio.

“Todo o processo de antecipação de crédito foi fácil, rápido e com todo o suporte necessário. Com isso, conseguimos fazer mais operações com os clientes e fornecedores”, explica Janaína Morais, analista administrativa da Agrofarm.

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