Diálogo entre a produção e a pesquisa desvenda potencial do pinhão manso

06.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

Com um público estimado de 500 participantes, entre pesquisadores, técnicos, professores, representantes governamentais, produtores, extensionistas, empresários e estudantes, será nos dias 11 e 12 de novembro, o I Congresso Brasileiro de Pesquisa em Pinhão Manso.

No evento serão discutidos o estado da arte, enfocando os avanços científicos e as necessidades legais e políticas para inserção do pinhão manso como matéria-prima para a produção de bicombustível, e está planejado para ser uma grande oportunidade de diálogo entre a comunidade científica e representantes dos diversos setores do negócio da Agroenergia. O Congresso é uma promoção da Embrapa e da Associação Brasileira de Produtores de Pinhão Manso (ABPPM), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

De acordo com os organizadores, o pinhão manso possui potencial de rendimento de grãos e óleos e em sua fase inicial, permite o cultivo em consórcio com outras culturas de interesse econômico e alimentar. Por todos esses motivos, essa oleaginosa é considerada uma cultura potencial para atender ao Programa Nacional de Produção de Biodiesel.

Os plantios comerciais de pinhão manso no Brasil ainda estão em fase inicial de implantação, com idade menor ou igual a 3 anos. “Entendemos que o Pinhão Manso está no inicio de seu ciclo de pesquisa e desenvolvimento, consequentemente as oportunidades são enormes para esta cultura”, enfatiza o presidente da ABPPM, Mike Lu. “Estimamos que hoje tenha uma área de 50 mil hectares plantados no País. Destes, 30 mil estão entre os grandes e médios produtores, e o restante na agricultura familiar. O interesse na produção da oleginosa surgiu com a implantação do Plano Nacional Produção de Biodiesel, tendo o pinhão manso como uma boa alternativa”, diz.

A destoxificação da torta do pinhão manso, o melhoramento genético para aumento de produtividade e resistência a pragas e doenças, a mecanização da colheita e sincronização da maturação dos frutos são elementos importantes no programa de pesquisa e desenvolvimento, são as oportunidades para os cientistas pautarem seus trabalhos, diz Mike Lu. Com o Congresso, teremos um diagnóstico do que está sendo produzido de pesquisa no Brasil e que poderá dar suporte tecnológico às lavouras.

Por ser o pinhão manso uma espécie perene não domesticada, ressalta o Chefe-Geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães estima-se que serão necessários alguns anos para que se obtenham as cultivares melhoradas e informações cientificamente embasadas sobre o sistema de produção da cultura, que suportem seu cultivo comercialmente competitivo em distintas regiões do Brasil. Apesar da carência de informações técnicas básicas, a cultura vem sendo difundida e implantada em diversas regiões do Brasil e a pesquisa monitora e avança em conhecimento e práticas para dar suporte técnico à expansão do cultivo. O foco principal das pesquisas trata de entender o potencial da espécie para produzir óleo, desenvolver o sistema produtivo e o aproveitamento da torta.

O beneficiamento

De acordo com a ABPPM, o beneficiamento do Pinhão Manso está sendo feito em unidades esmagadoras de óleo, como por exemplo, a Fusermann em Barbacena, Minas Gerais. Novas unidades específicas para esta oleaginosa estão sendo instaladas, como é o caso da Bioauto em Nova Mutum, que deverá inaugurar sua estação de esmagamento e beneficiamento ainda neste ano de 2009. A colheita mecanizada continua em estágio de pesquisa e desenvolvimento. Temos ainda um bom caminho pela frente, com a pesquisa genética apoiando o desenvolvimento de uma alternativa de mecanização, dada a necessidade de conformação da planta e da sincronia de frutificação para garantir uma mecanização minimamente eficiente.

Serviço

I Congresso Brasileiro de Pesquisa em Pinhão Manso

Data: 11 e 12 de novembro de 2009

Local: Brasília Alvorada Hotel (Brasília - DF)

Daniela Garcia Collares

Embrapa Agroenergia

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