Preço do boi e consumo pressionam margens dos frigoríficos
O VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (VII CBSAF) será realizado nesta semana, de 22 a 26 de junho, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia/GO.
Diálogo e Integração de saberes para sociedades sustentáveis é tema da conferência de abertura do Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. Representantes de culturas diferentes, eles construíram o conhecimento a partir de tradições e visões de mundo próprias, porém agregadas ao universo instigante e provocativo da academia. Juntos, na mesma mesa, o representante indígena Gersem Baniwa e o educador ambiental Marcos Sorrentino serão os condutores da conferência de abertura do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, que começa na noite desta segunda-feira (22). Para uma plateia estimada em mais de quinhentas pessoas de variadas formações – pesquisadores, agricultores, estudantes e autoridades - vão falar sobre o tema central do evento, o Diálogo e a integração de saberes em sistemas agroflorestais para sociedades sustentáveis, cuja proposta é reunir democraticamente saberes populares e científicos em um grande fórum.
“É preciso desenraizar preconceitos, exercitar o “fazer política” cotidiana pela enunciação de sonhos individuais e de grupos na construção de caminhos coletivos”, comenta Marcos Sorrentino, atual coordenador do Laboratório de Educação e Política Ambiental (Oca), da Universidade de São Paulo. Doutor em Educação e pós-doutor pelo Departamento de Psicologia da USP, o ex-diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente defende a necessidade de “superar as amarras” de explicações prontas e permitir que sejam construídas novas possibilidades de respostas, perguntas e caminhos.
Para Gersem Baniwa, primeiro índio a conquistar o título de mestre em Antropologia Social no Brasil, “uma sociedade sustentável pressupõe uma convivência solidária e recíproca”. “Os povos e as culturas dominantes de hoje continuam etnocêntricas, prepotentes e autoritárias que subjugam e negam os demais considerados por eles inferiores”, diz ele. “Não é à toa que a sociedade dominante criou e fortaleceu suas instituições educativas - principalmente a escola e a universidade - como espaços de valorização, proteção, divulgação e imposição de seus saberes, em detrimento dos saberes de outros povos e culturas dominadas”.
Baniwa é autor do primeiro livro da série Via dos Saberes, intitulado O índio brasileiro – o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje, doutorando em Antropologia pela Universidade de Brasília e está à frente da Coordenação de Educação Indígena do Ministério da Educação (MEC).
A conferência que terá a participação dos especialistas começa logo após a solenidade de abertura do evento, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI). O local é a sala Jequitibá, a partir das 18h, com presenças confirmadas da diretora-executiva da Embrapa Tatiana Deane de Sá; do presidente do VII CBSAF, pesquisador Felipe Ribeiro; do presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais, Ivan Crespo; do secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniran Sanches Peraci; do presidente da Emater/DF, Carlos Magno, e do representante da ONG Mutirão Agroflorestal. Logo após a palestra, haverá o show com o violeiro, compositor e pesquisador mineiro, considerado um dos melhores instrumentistas do gênero no mundo, Roberto Corrêa, e o mestre popular da música caipira de raiz, Badia Medeiros.
Ciência e cultura estão juntas na programação do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (VII CBSAF), de 22 a 26 de junho, no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia/GO.
O lançamento do filme "Agrofloresta é Mesa Farta e Vida Nova", produção brasileira dirigida por Laudenice Oliveira, é um dos destaques da programação cultural do evento científico.
O curta-metragem, de 17 minutos, será exibido no dia 23 às 20h. A Mostra de Filmes do VII CBSAF, aberta a congressistas, acontece de 23 a 25 de junho, no local do evento, a partir das 20h.
No primeiro dia, também estão na programação da Mostra de Filmes outras duas produções brasileiras com temáticas relacionadas à relação do homem com o meio ambiente. O documentário "Zugzwang: Bioenergia", dirigido por Duto Sperry, trata da crise das energias fósseis, busca pela sustentabilidade e contribuição das bioenergias para o futuro do planeta.
Já em "Manejo da Caatinga", filme de 25 minutos dirigido por Eduardo Homem, os personagens Dona Francisca e Seu Irapuã apresentam a enorme riqueza da Caatinga e como viabilizar a convivência com o semi-árido. As três exibições acontecem no auditório Castanheira.
Ainda na primeira noite da Mostra de Filmes, no Auditório Baru, os congressistas poderão assistir o curta "Caburé, Esteiras de Areia", produção de 2003 dirigida por Antonio Neto Borges, e "Nesse Chão Tudo Dá", vídeo de 30 minutos dirigido por Felipe Pasini.
O filme de Borges apresenta um pequeno povoado às margens do Rio Preguiças, no Nordeste do Brasil. Ao final da estação chuvosa, o sinal da partida. Homens, mulheres e crianças descerão o rio até o mar, perdidos entre a areia de dunas e árvores de mangu. Em "Nesse Chão Tudo Dá", o trabalho e pensamento do agricultor e pesquisador Ernst Götsch é apresentado, assim como de outros agricultores da Bahia influenciados por seu modo de praticar a agrofloresta.
O segundo dia da Mostra de Filmes, quarta (24), terá três vídeos. "Juventude e Agroecologia – Construindo um Futuro Diferente", filme de 2006 dirigida por Laudenice Oliveira, é uma produção de jovens rurais do Agreste, Sertão e Mata Sul de Pernambuco. O documentário expressa as diversas dimensões da agroecologia vivenciadas pela juventude do meio rural pernambucano.
O documentário "Roça Crua", de May Waddington (2004), apresenta o movimento social e político das Quebradeiras de Coco do Maranhão. Já no Auditório Baru, o segundo dia da Mostra exibe "Jaglavak, Príncipe dos Insetos", produção francesa de 2006, dirigida por Jeróme Raynaud. Quando a aldeia Mofu é invadida por cupins, só resta uma saída: pedir ajuda a Jaglavak.
A Mostra de Filmes é encerrada no dia 25 (quinta) com mais quatro vídeos. No Auditório Castanheira, serão exibidos "Testemunhas do Clima", um curta produzido pela WWF-Brasil e GW Comunicação, e "Mulheres e Agroecologia: Renovando a Vida no Semi-Árido", de Laudenice Oliveira (2007). O documentário da WWF e GW relata a história de Marlene Rêgo Rocha, moradora do Igarapé do Costa, Pará, comunidade localizada na várzea amazônica que já tem sentido alterações climáticas causadas pelo
aquecimento global. O outro vídeo mostra mulheres que transformaram suas vidas acreditando na agrofloresta.
Também no dia 25, no Auditório Baru, serão projetados os filmes "ACEVAM – Desenvolvimento Sustentável e Agrofloresta", de Ademir Milo Motta da Silva, e "A Gente Luta mas come fruta", de Bebito Piyãko Ashaninka e Isaac Piyãko Ashaninka (Brasil, 2006, 40 minutos). A experiência de desenvolvimento sustentável por um grupo de agricultores, membros da Associação dos Colonos Ecologistas do Vale do Mampituba (ACEVAM), município de Praia Grande (SC), é apresentada no filme de Ademir.
O vídeo da dupla Piyãko mostra o manejo agroflorestal realizado pelos índios Ashaninka nas margens do rio Amônia, no Acre. Os indígenas apresentam como estão trabalhando para recuperar os recursos da terra, muito explorada pelos brancos.
Para acompanhar a programação completa e as notícias sobre o VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais basta acessar
. O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF) e a organização não-governamental Mutirão Agroflorestal. A Embrapa Cerrados (Planaltina – DF) apoia o Congresso.
O pesquisador Marcelo Francia Arco-verde, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, participa de 22 a 26 de junho, do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, em Brasília. O evento, que tem como tema "Diálogo e Integração de Saberes em Sistemas Agroflorestais para Sociedades Sustentáveis", acontece no Centro de Treinamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria.
Com doutorado em Sistemas Agroflorestais (SAFs), Marcelo Arco-Verde vai apresentar um painel sobre indicadores de sustentabilidade da atividade e o mini curso Modelagem e Simulação de SAFs. No painel, que acontece dia 23, a partir das 10h, ele explicará a necessidade de ampliar os estudos sobre aspectos financeiros como forma de aumentar a aceitabilidade dos sistemas pelos produtores e mostrar os resultados econômicos conquistados. "Com isso, até a liberação de crédito pelos bancos fica melhor viabilizada, visto que um impedimento atual para esses empréstimos é a falta de indicadores dos resultados do SAFs", comenta Marcelo.
Na apresentação, o pesquisador demonstrará a viabilidade econômica nas diferentes fases de implantação e manutenção. Dependendo do que for escolhido para compor o sistema, o agricultor pode ter retorno já no primeiro ano. Mas, de modo geral, os SAFs têm bom retorno a longo prazo, pois oferecem estabilidade de renda mediante a sucessão de plantas produtivas - cada uma com seu período de colheita, ano após ano.
O mini curso será oferecido dia 26, gratuitamente, a 30 alunos, das 8h às 18h. Com o tempo de duração maior, os participantes poderão se aprofundar mais no assunto, desenvolvendo habilidades e competências para criação, simulação e análises de sistemas agroflorestais. Na oficina, Marcelo Arco-Verde apresentará o programa de computação "Amazonsaf", desenvolvido por ele e por George Amaro, membro do Núcleo de Inteligência Científica da Embrapa-RR. "Com essa ferramenta, o produtor poderá enxergar diferentes cenários e descobrir se os SAFs continuariam viáveis mesmo havendo, por exemplo, problemas com mão de obra ou com insumos. Ele saberia se teria prejuízo, de quanto seria esse prejuízo e, se, ainda assim, valeria a pena", explica o doutor.
Em Roraima, a Embrapa desenvolve um trabalho em parceria com a Associação de Proteção Ambiental do Apiaú (APAA), utilizando sistemas agroflorestais no município de Mucajaí. Na região, onde é muito comum a prática de queimadas, um grupo de produtores apostou, há cerca de dez anos, na utilização do modelo que integra agricultura e floresta. Com o passar do tempo, eles perceberam que é realmente viável estabelecer formas de agricultura familiar sustentável na área.
A melhoria de qualidade de vida das famílias dos pequenos produtores rurais tem sido um estímulo para que outras famílias copiem o modelo sem degradar a floresta Amazônica. A iniciativa deu tão certo que, este ano, a APAA, com apoio técnico da Embrapa-RR, instalou uma agroindústria de processamento de polpa para sucos. Frutas típicas da região como açaí e cupuaçu são o "carro chefe". Mas eles também trabalham com graviola, goiaba, abacaxi e maracujá.
A fábrica recebe a produção frutífera dos sistemas agroflorestais, agrega valor aos produtos, aproveita a mão-de-obra da região e gera mais uma fonte de renda para esses produtores. O presidente da APAA, Carlos Augusto Gomes, conta que antes eles não sabiam o que fazer com as frutas geradas. "Quando tentavam vender, chegavam a perder 50% delas no transporte. Agora, eles podem transformar em polpa, conservar, transportar e vender mais facilmente. A capacidade da agroindústria é de até 200 kg/dia. Assim, a agroindústria estimula os produtores a utilizar o sistema agroflorestal e preservar o meio ambiente", finaliza Carlos Augusto.
A programação cultural do VII CBSAF é completada pela apresentação de músicos e manifestações artísticas.
Palco Aberto
Todos os dias, das 13h15 às 14h, o palco acolherá a expressão artística dos congressistas que quiserem mostrar sua arte.
Sarau
Na noite do dia 25/06 os congressistas poderão mostrar seus talentos em um Sarau.
Dia 22/06- Roberto Corrêa e Badia Medeiros (21h)
Dia 23/06 - Trio Vital (21h)
Dia 24/06 - Dona Gracinha da Safona (21h) e Banda Pé de Cerrado (22h)
Dia 25/06 - Mestre Zé do Pife e as Juvelinas (18h30)
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O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF) e a organização não-governamental Mutirão Agroflorestal.
Gustavo Porpino, Liliane Cronemberger e Kátia Marsicano
Embrapa Cerrados, Embrapa Roraima e Embrapa Informação Tecnológica
61 3388 9945 / (95) 4009-7107/ (61) 3448 4590 /
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