Diagnóstico da cadeia produtiva e pesquisa com bioinsumos são apresentados na Câmara Setorial do Arroz do MAPA

Durante o encontro, representantes de órgãos públicos, de entidades e de produtores debateram temas ligados ao agronegócio do arroz

15.02.2023 | 14:47 (UTC -3)
Embrapa

O levantamento para diagnóstico da cadeia produtiva do arroz no País e os avanços em pesquisa com bioinsumos foram os dois assuntos apresentados pela Embrapa na reunião da Câmara Setorial do Arroz, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizada nesta última terça-feira, dia 14 de fevereiro. Durante o encontro, representantes de órgãos públicos, de entidades e de produtores debateram temas ligados ao agronegócio do arroz. O evento foi conduzido de forma virtual e contou com participantes presentes na Abertura da Colheita do Arroz, na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS).

Na reunião, especialistas da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO) e do Centro de Pesquisas Econômicas (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), esclareceram pontos que o diagnóstico da cadeia produtiva do arroz no Brasil irá abranger. A ideia, segundo o professor Lucílio Alves (Esalq/USP), é realizar um levantamento bem abrangente.

“O objetivo é fazer um desenho como um todo da cadeia, começando pela parte de insumos até a parte de produção. Nós temos desafios em todos os elos: comercialização, industrialização e, claramente, mercado internacional, passando por emprego, PIB e pelo entendimento de transmissão de preços”, disse o professor Lucílio Alves. No momento, esse projeto encontra-se na etapa de formalização da participação de parceiros, ou seja, quatorze entidades que irão acordar o aporte financeiro via contrato e cujos recursos serão geridos pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq). A previsão é que os trabalhos possam ser iniciados a partir de abril. 

O chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Elcio Guimarães, destacou em sua apresentação, durante a reunião, pesquisas com bioinsumos, que são produtos à base de microrganismos (vírus, fungos e bactérias) e que são capazes de beneficiar a agricultura em vários aspectos, como pela promoção do desenvolvimento de plantas, ou, em outros casos, induzindo resistência a doenças, ou pelo parasitismo a pragas, ou ainda por favorecer tolerância de plantas ao déficit hídrico.

Elcio destacou que o centro de pesquisa em arroz e feijão em Santo Antônio de Goiás possui uma equipe de profissionais dedicada ao assunto, com investimento em infraestrutura de pesquisa; e com uma fonte de investigação científica composta por uma coleção de mais de dezesseis mil amostras de agentes biológicos. Os estudos envolvem testes em laboratório, casas de vegetação e parcelas no campo. Complementarmente, por meio de parceria com indústrias do setor privado, é feita a formulação de bioproduto e validação em ambientes de cultivo. O objetivo desse trabalho é disponibilizar ao agricultor novos insumos que permitam alternar, ou substituir com vantagem, o que é aplicado hoje, seja pela redução de custos, seja por ganhos em sustentabilidade ambiental.

O chefe-geral ressaltou que o mercado de bioinsumos vem crescendo e que várias culturas já se beneficiam com a tecnologia de bioprodutos. Um exemplo citado por ele é o bioinseticida Lalguard Java, lançado recentemente, que auxilia no controle da mosca-branca, um inseto que prejudica vários cultivos como soja, feijão, tomate e melão em todo o País. No caso específico do arroz, Elcio informou que está em fase final de desenvolvimento um bioproduto para controle de brusone, uma das principais doenças fúngicas da orizicultura.

A reunião da Câmara Setorial do Arroz do MAPA tratou também de outros temas como a perspectiva da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2022/23; o relato da situação no principal estado produtor do Brasil, o Rio Grande do Sul, com a participação de representante da Federação da Associação de Arrozeiros Regionais (Federarroz); e foi discutida ainda a operacionalização da secagem de grãos para quem trabalha em integração arroz e soja no Rio Grande do Sul, com exposição do assunto por membro convidado do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

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