ESALQSHOW esboça o panorama da inovação para o agronegócio dos próximos anos
Na abertura do evento, Governador Geraldo Alckmin destacou que Piracicaba já a capital tecnológica do agro brasileiro
A região dos Campos Gerais, por suas características culturais, de altitude, solo e clima, possui uma grande área de trigo semeada e, por isso, é referência no cultivo do cereal no estado do Paraná. Em 2016, por exemplo, a produção de trigo na região alcançou a marca de 415 mil toneladas de trigo cultivados em uma área de 126 mil hectares. O volume representa quase 20% do total produzido pelos triticultores paranaenses. E é nessa região fria do Paraná que aconteceu o dia de campo da Biotrigo Genética, nesta quarta-feira (11). Quem sediou o evento foi a proprietária da Fazenda Fazendinha, Norma Roderjan. A propriedade, que está na família há mais de cem anos, está localizada no município de Tibagi/PR que conta com a maior área de trigo do Brasil.
Segundo o engenheiro agrônomo responsável técnico da fazenda, Ângelo Ferronato, a propriedade cultiva trigo há mais de vinte e sete anos. Em 2016, foram 1,6 mil hectares semeados e, graças ao clima favorável e ao potencial genético do trigo, a produtividade média chegou a 4,5 mil kg por hectare em 2016. Esse resultado representa 40% a mais que a média Brasil (3.145 kg/ha), sendo que a cultivar TBIO Toruk obteve seu pico de rendimento próximo aos 6 mil kg por hectare.
“Temos na fazenda um objetivo que é de ter lucro com trigo. Nosso manejo busca um equilíbrio entre custo e benefício, sendo que nem sempre temos as produtividades mais altas da região. Repito uma frase há muitos anos, onde quem faz as contas e planeja os investimentos, consegue ganhar dinheiro com trigo”, argumenta.
A forma com que conduzem a cultura parece estar entregando os objetivos, pois as áreas semeadas neste ano mantem-se próximas as de 2016, movimento contrário ao visto no país neste ano. A área de trigo semeada na Fazenda Fazendinha foi mantida em 2017 e está coberta com 100% genética Biotrigo, a qual segundo Ferronato, não abre mão. “Mesmo com um inverno marcado pela e irregularidade nas chuvas, as áreas da fazenda ainda sim possuem uma reação positiva da cultura, pois o ano foi extremamente atípico”, explica. A boa condução das áreas está ligada a muito estudo, visto que Ângelo pertence ao Grupo de Agrônomos e Técnicos de Tibagi (GATT), onde muita informação é gerada há mais de 25 anos.
Novidades no campo
O relato de sucesso de produtividade aconteceu durante o dia de campo que reuniu cerca de 100 produtores, sementeiros e técnicos. Para demonstrar novas tecnologias, na fazenda foram semeados opões de trigos para alimentação de gado de corte e de leite e de trigos com ciclos mais rápidos que permitirão semear soja mais cedo, demanda apresentada não somente pelas regiões mais quentes, mas igualmente onde as altitudes são maiores e normalmente as culturas de verão são implantadas mais tarde.
Fernando Michel Wagner, gerente da Regional Norte da Biotrigo Genética, apresentou duas cultivares de trigo desenvolvidas a partir das qualidades genéticas de TBIO Toruk, mas com uma vantagem: ciclo mais rápido. “Com a plataforma Toruk o tipo de planta e potencial foram mantidos, proporcionando um menor custo na condução, pelas reações agronômicas e ciclo mais curto que seus filhos trazem. Este é um desejo em todas as regiões tritícolas”, diz Wagner. TBIO Sonic é um trigo melhorador, com ciclo 20 dias mais curto que o TBIO Toruk, permitindo fazer a semeadura mais tarde e ter uma possibilidade de semear mais cedo a cultura de verão. As principais características da cultivar são a superprecocidade, o alto vigor de planta, a produtividade e a resistência à diversas doenças, incluindo o excelente nível de resistência à brusone, bacteriose e manchas foliares”, explica.
Já a cultivar TBIO Audaz, é um trigo melhorador de ciclo precoce, 10 dias menor que o TBIO Toruk para a região, que possui ótima força de glúten e performance de panificação. “No campo, a cultivar apresenta destaque na resistência às principais doenças do trigo, como o complexo de manchas foliares, mosaico, brusone, giberela e bacteriose, além do alto teto produtivo, tudo isto somado a qualidade já destacada por mais de 80 moinhos onde foi testado”, complementa Wagner.
Trigos para bovinos
O zootecnista da Biotrigo, Ederson Luis Henz, explicou durante o evento que além de ser uma alternativa de alimento de qualidade no inverno, a silagem de trigo aumenta a produtividade de carne de gado e de leite. “São duas cultivares com a mesma finalidade que não possuem aristas e que entregam alto potencial de produção de matéria verde e excelente sanidade foliar”, disse Henz.
O diferencial entre elas é o tempo de cultivo e a região a ser semeada. O TBIO Energia I, que é indicado para o sul do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possui ciclo médio com corte precoce, o que permite a antecipação da cultura sucessora de verão e a produção de alimento para ser ofertado durante os períodos do ano de maior escassez, suprindo o déficit de forragem causada por uma frustração na safra de milho ou restrições em ter alimento conservado produzido no inverno”, ressalta.
Já o TBIO Energia II é adaptado não só a região Sul do Brasil, mas também para o Sudeste por se adaptar bem àqueles ambientes e ter ciclo ainda mais rápido que TBIO Energia I. “No Norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, esta cultivar tolera melhor o calor e se desenvolve num ciclo em torno de 20 dias mais curto do que o TBIO Energia I, o que possibilita diferentes manejos”, destacou. Além destas duas cultivares, a Biotrigo apresentou o Lenox, trigo exclusivo para pastagem.
Na vitrine de tecnologias do dia de campo também foram apresentadas outras oportunidades de cultivares de trigo convencional recomendadas para o cultivo no estado do PR com destaque para TBIO Toruk, TBIO Sossego, TBIO Noble (Branqueador e melhorador), TBIO Sinuelo e linhagens de pré-lançamento para 2018.
Outras estações trouxeram explanações sobre qualidade industrial do trigo, tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas e descompactação e correção dos solos, esta última, contando com a mais recente novidade da Biotrigo, onde se uniu a Montagner, empresa que trabalha no segmento de máquinas agrícolas.
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