Dia de Campo de Sorriso/MT destacou Sistemas Produtivos com Sustentabilidade

25.04.2012 | 20:59 (UTC -3)
Altair Albuquerque

Novas tecnologias, informações técnicas e agregação de conhecimentos dentro do conceito de produzir e gerar riquezas com sustentabilidade foram compartilhados por um público de 450 pessoas no dia de campo da Fazenda Santa Maria da Amazônia que integrou a programação do II Encontro Regional de Sistemas Produtivos, nesta terça-feira (24), na cidade de Sorriso/MT.

Darci Getúlio Ferrarin Júnior, presidente do CAT Sorriso, informou que o dia de campo alcançou as expectativas de público com importante participação de agrônomos, produtores, profissionais do setor agro e estudantes. “Agradeço a todos os participantes, colaboradores e patrocinadores que prestigiaram e também ajudaram a fazer acontecer este evento que mais uma vez evidenciou Sorriso como região detentora de alta tecnologia no campo e consecutivos recordes de safra de grãos e produtividade”.

Neste dia de campo foram trabalhadas seis estações de campo com exemplos de sustentabilidade. “E o que é sustentabilidade? É o que todo mundo busca. É fácil? Não é fácil. Mas, todo mundo busca obter ou ajustar ao seu agronegócio. Tivemos aqui na fazenda Santa Maria da Amazônia exemplos de lavouras com sustentabilidade econômica, agrícola e agronômica. O desafio agora é juntar todas estas peças, montar o quebra cabeça que melhor se ajuste às necessidades do produtor”, disse o engenheiro agrônomo Lineu Domit, um dos coordenadores do evento e responsável pela área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril de Sinop (MT).

Leandro Roberto Dolenkei, vice-presidente do CAT Sorriso, informou que tanto a participação na abertura como no dia de campo houve um ligeiro crescimento de público ao redor dos 15% o que demonstra que este encontro bienal vem conseguindo mobilizar os produtores com demonstrações e compartilhamento de novos e avançados sistemas produtivos em utilização ou experimentação na região.

Flávio de Jesus Wruck, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, de Sinop (MT) fez a apresentação ao público de vários exemplos de Integração em Unidades Experimentais de Nova Canaã do Norte e Santa Carmen, com culturas da soja, arroz e milho, além de exemplificar como funciona a configuração desta transferência de tecnologia e de como é a estratégia de fazer integração ao longo do tempo.

Charton Jahn Locks, agrônomo da Aliança da Terra, proferiu sobre a Sustentabilidade Ambiental e o Agronegócio, destacando que o futuro do agronegócio depende do correto uso dos recursos naturais e da eficiente utilização do solo.

Para ele, os produtores rurais brasileiros, apesar de sua alta capacidade de produção, tem tido problemas para entender e atender a todas as exigências para regularização ambiental, acompanhar as atuais demandas ambientais impostas pelo mercado e mostrar o quão sustentável são suas propriedades.

“O radicalismo de alguns representantes do setor ambiental tem causado distorções sobre a realidade do campo e confundido a sociedade, criando uma polarização na discussão sobre a situação e a adequação socioambiental das fazendas brasileiras”, sintetizou.

Bruno Carneiro e Pedreira, da Embrapa Agrossilvipastoril de Sinop, enfatizou que não adianta produzir bastante pasto para o gado comer se, por outro lado, o pecuarista não tiver bons animais para comer esta pastagem. Também não resolve investir em melhoramento genético do rebanho sem que haja uma boa produção de alimentos para a engorda do gado. “Porque este sistema precisa ser cíclico e contínuo aliando o potencial de produção do animal com a oferta equilibrada de alimento”, salienta.

Segundo ele, a integração vem ajudar na efetivação destes dois fatores, traz o benefício para o agricultor que tem área ociosa na propriedade e pode optar pelo plantio de gramíneas e fazer uma boa utilização desta área no período seco que é justamente quando a oferta de comida é bem reduzida.

“Este sistema é muito complementar porque a integração lavoura-pecuária vem justamente para entregar à atividade de engorda do gado aquilo que a agricultura não vai usar durante a estiagem. Logo depois do milho safrinha ou da soja, temos como opção o plantio da braquiária consorciada com o milho ou de maneira solteira que vai gerar para a fazenda alimento necessário ao gado para se usar no período, por exemplo, de maio a setembro”, disse.

Paulo Barroso, pesquisador da Embrapa Algodão de Goiás, destacou que os sistemas de produtividade com o uso da transgenia devem ser encarados apenas como uma ferramenta adicional à agricultura.

“Temos grandes áreas plantadas de culturas transgênicas e não há relatos de nenhum problema a campo, a celeuma que havia no começo já não existe mais. Porque saiu do foco aquela discussão se o transgênico é bom ou não, já é uma realidade, porque vem sendo plantado em larga escala e hoje o que temos que avaliar na verdade diz respeito aos seus benefícios. O Brasil precisa avançar nas pesquisas principalmente naquelas culturas menores que não são alvos das grandes empresas e commodities mundiais e por isso permanecem num mercado restrito”.

Divulgação

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