Dia de Campo apresenta rochas que substituem fertilizantes convencionais

Uma alternativa para o uso desses fertilizantes será apresentada pela Embrapa Cerrados em um Dia de Campo realizado em Palmas/TO nesta sexta-feira (04/09).

Devido a solos com a fertilidade baixa, a agricultura brasileira depende de adubos químicos, sendo 70% deles originários de outros países. Para importar esses insumos, o Brasil gasta cerca de R$ 3 bilhões por ano, segundo o Sumário Mineral do Departamento Nacional de Produção Mineral.

Desde 2003, a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa que fica em Planaltina (DF) coordena um projeto de pesquisa que reúne a Rede AgriRocha, formada por cerca de 100 pesquisadores de todo o país para avaliar o potencial de diferentes rochas brasileiras como fontes de nutrientes para a agricultura. O projeto inclui prospecção e avaliação de rochas que estão expostas na superfície ou que são rejeitos da atividade mineradora. Dentro da iniciativa, a Embrapa Cerrados realiza experimentos agronômicos, que avaliaram vinte rochas em todas as regiões do país. Os primeiros resultados, no ano passado, demonstram que há viabilidade técnica para esse uso.

No evento realizado na sexta na capital tocantinense, a iniciativa deverá ser apresentada a agricultores familiares. “Para esses produtores, o custo de se usar essas rochas é mais interessante, pois eles podem usar rochas da região”, explica o pesquisador Eder Martins. Realizado pela Embrapa Cerrados, pela Embrapa Milho e Sorgo, pelo Fundo Setorial Mineral do Ministério de Ciência e Tecnologia, e com financiamento do Programa PAC Embrapa, o evento espera um público de 200 pessoas na Fazenda Experimental da Empresa Industrial Técnica.

No local há um experimento da Embrapa Cerrados em que está sendo avaliado o impacto do uso de um rejeito de garimpo de esmeraldas para aumentar a disponibilidade de potássio no solo. O nutriente é muito importante para a produção de bananas, cultivo muito comum na região. A pesquisa pretende comprovar também que, a longo prazo, essas rochas funcionam como condicionadores do solo, pois melhoram suas características físicas, químicas e biológicas.

Além de sua contribuição para a agricultura, o uso dos rejeitos de garimpo tem uma importância ambiental. Não há um fim específico para esse subproduto, que pode causar impactos negativos para o meio ambiente. Outra vantagem do uso dos rejeitos é o custo econômico, pois ao final da atividade mineradora essa rocha fica moída, exatamente na forma necessária para fertilizar o solo.

Clarissa Lima Paes

Embrapa Cerrados

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