Mecânica de Comunicação completa 50 anos
Trata-se de uma das mais longevas empresas do setor atuando no mercado
A Embrapa tem três cultivares de soja em destaque na safra 2022/23, sendo uma convencional (BRSMG 534) e duas com a tecnologia Xtend (BRS 2560XTD e BRS 2562XTD), que combinam produtividade com tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba. As novas cultivares são indicadas para várias regiões brasileiras e apresentam caraterísticas para adoção em diferentes sistemas de produção.
A BRSMG 534, desenvolvida na parceria Embrapa Soja com Fundação Triângulo e com Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), é uma cultivar de soja convencional com alta produtividade, estabilidade de produção e que ainda agrega a tecnologia Shield, linha de cultivares de soja que apresentam genes de resistência à ferrugem-asiática. “A cultivar Shield é uma ferramenta genética importante no contexto do manejo integrado. Mesmo não dispensando o uso de fungicidas, proporciona maior eficiência e segurança ao manejo químico da doença”, explica o pesquisador Roberto Zito. De acordo com o pesquisador, a cultivar se destaca ainda por apresentar resistência às principais doenças da soja (pústula bacteriana, mancha olho de rã, cancro da haste), moderadamente resistência ao oídio e aos dois principais nematoides de galha. A cultivar é do grupo de maturidade 7.2, o que é uma característica relevante, pois permite a realização de uma segunda safra, tanto de milho quanto de algodão ou sorgo. A BRSMG 534 é indicada para diferentes regiões de Goiás (RECs 301, 302, 303, 304 e 401), Distrito Federal (REC 304), Minas Gerais (RECs 302, 303, 304 e 401), São Paulo (REC 302) e Mato Grosso (REC 402).
A BRS 2560XTD foi desenvolvida na parceria entre a Embrapa Soja e a Fundação Meridional. Além da opção de refúgio para áreas com cultivares com a tecnologia I2X (grupo de maturidade entre 5.8 e 6.2), a BRS 2560XTD é uma cultivar com alto potencial produtivo e arquitetura de planta que favorece a ramificação abundante. O pesquisador da Embrapa Soja Carlos Lasaro Pereira Melo explica que a nova cultivar é adaptada à antecipação de semeadura, permitindo encaixe em sistemas de sucessão/rotação de culturas. A BRS 2560XTD é recomendada para Serra do Nordeste e Planalto Superior do Rio Grande do Sul (REC103); Centro-sul do Paraná (REC103) e Sul de São Paulo (REC103). Quanto à reação das cultivares às doenças, a BRS 2560XTD é resistente ao cancro da haste, mosaico comum da soja e podridão radicular de Phytophthora e moderadamente resistente a mancha olho-de-rã, oídio. Também possui resistência ao nematoide de galha Meloidogyne javanica. “Esta cultivar é ainda tolerante a sulfoniluréias (grupo químico de herbicidas utilizado para o controle de plantas daninhas), portanto é seletiva a ação desses herbicidas, seja quando utilizados para o controle das plantas daninhas em pré ou pós emergência da cultura, bem como para o controle da soja voluntária”, explica Pereira Melo.
Também compões os destaques da safra a BRS 2562XTD, desenvolvida na parceria entre a Embrapa Soja e a Fundação Meridional. A cultivar também é opção de refúgio para áreas com cultivares com a tecnologia I2X com grupo de maturidade entre 6.0 e 6.4, por sua precocidade. A BRS 2562XTD possui alta estabilidade e performance produtiva, adaptada a diferentes ambientes de produção. “Além disso, a cultivar permite semeadura antecipada, possibilitando o encaixe em sistemas de sucessão/rotação de culturas. Esses atributos de lavoura podem variar em razão do clima, solo e manejo, mas em geral seguem as características mencionadas”, destaca o pesquisador Marcos Petek, da Embrapa Soja. Quanto à reação das cultivares às doenças, a BRS 2562XTD é resistente ao cancro da haste, mosaico comum da soja e podridão radicular de Phytophthora e moderadamente resistente à mancha olho-de-rã e ao oídio. Também possui resistência aos nematoides de cisto (raças 3 e 14). É indicada para o Paraná (REC 201), São Paulo (REC 201), Mato Grosso do Sul (REC 204 e 301) Goiás (REC 304 e 401), Minas Gerais (REC 304) e Distrito Federal (REC 304).
As cultivares com tecnologia Xtend (XTD) são opções para áreas de refúgio a serem utilizadas próximas às lavouras que utilizarem a tecnologia Intacta2 Xtend (I2X). As cultivares Intacta2 Xtend (I2X), além da tolerância aos herbicidas, agregam a resistência às principais lagartas da soja. Com o intuito de prolongar a vida útil dessa tecnologia e evitar a resistência das lagartas nas cultivares Intacta2 Xtend, a Embrapa considera imprescindível a adoção do refúgio.
A soja Intacta2 Xtend reúne três proteínas (Cry1A.105 e Cry2Ab2 e Cry1Ac), o que proporciona proteção contra seis espécies de lagartas que incidem na cultura da soja: Helicoverpa armigera, Spodoptera cosmioides, lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens), lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta das maças (Chloridea virescens) e broca das axilas (Crocidosema aporema). “A piramidação de três proteínas nesta tecnologia reduz a probabilidade de quebra da resistência”, explica o pesquisador Daniel Sosa Gomez, da Embrapa Soja. “Porém, um aspecto fundamental para evitar a seleção de populações de lagartas resistentes nas lavouras com esta tecnologia é o plantio de áreas de refúgio estruturado”, explica Sosa Gomez.
A recomendação atual de refúgio para a cultura da soja é, no mínimo, 20% da área com tecnologia diferente da Intacta2 Xtend. Segundo o pesquisador, esta é uma medida preventiva que consiste no plantio de parte da lavoura com a tecnologia Xtend - ou outras opções de soja não-Bt (sem a toxina Bacillus thuringiensis (Bt) - a uma distância máxima de 800 metros de lavouras com a tecnologia Intacta2 Xtend. “A adoção da área de refúgio possibilita o acasalamento aleatório de mariposas oriundas das áreas com a tecnologia Intacta2 Xtend e das áreas de refúgio, favorecendo a manutenção de populações suscetíveis e retardando a seleção de populações resistentes”, diz. A Embrapa defende ainda que o manejo de pragas nas lavouras com a tecnologia Intacta2 Xtend siga as mesmas premissas do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
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