Déficit nominal do setor público brasileiro atinge R$ 91,5 bilhões em agosto

Dívida líquida sobe para 64,2% do PIB e gastos com juros chegam a R$ 74,2 bilhões no mês

30.09.2025 | 14:55 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações da Agência Brasil

O setor público brasileiro consolidado registrou déficit nominal de R$ 91,516 bilhões em agosto. O resultado representa leve alta em relação ao déficit de R$ 90,381 bilhões no mesmo mês de 2024. O número combina o déficit primário com as despesas com juros da dívida.

O déficit primário somou R$ 15,934 bilhões em agosto. O valor difere dos R$ 15,6 bilhões informados pelo Tesouro Nacional devido à metodologia distinta do Banco Central, que considera a variação da dívida dos entes públicos.

Governos regionais também ampliaram o déficit das contas públicas. Estados e municípios registraram saldo negativo de R$ 1,314 bilhão em agosto, ante superávit de R$ 435 milhões no mesmo período do ano passado. Empresas estatais federais, estaduais e municipais – excluídas Petrobras e Eletrobras – tiveram déficit de R$ 6 milhões, contra superávit de R$ 469 milhões em agosto de 2024.

As despesas com juros somaram R$ 74,261 bilhões, acima dos R$ 68,955 bilhões de um ano antes. O Banco Central destacou que as operações de swap cambial geraram ganhos de R$ 19,9 bilhões no mês, o que reduziu a conta de juros. Sem esses ganhos, haveria aumento de R$ 23,5 bilhões, puxado pela taxa Selic elevada e pelo crescimento da dívida.

No acumulado de 12 meses até agosto, o setor público apresentou déficit de R$ 969,627 bilhões, equivalente a 7,81% do PIB. O resultado é observado por agências de classificação de risco e investidores para medir a sustentabilidade da dívida.

A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,969 trilhões em agosto, 64,2% do PIB. Em julho, o índice estava em 63,6%, com dívida de R$ 7,851 trilhões. O aumento decorreu do déficit nominal, da apropriação de juros e da valorização de 3,1% do dólar.

A dívida bruta do governo geral somou R$ 9,619 trilhões em agosto, equivalente a 77,5% do PIB. O indicador, usado em comparações internacionais, ficou praticamente estável em relação a julho, quando estava em R$ 9,555 trilhões.

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