Dados do BIP Spark mostram posição da AgBiTech no mercado de biolagarticidas para algodão

Companhia aumentou participação de mercado de 47%, na safra 2019-20, para 78%; mercado total caiu 30% no período

27.09.2021 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Frente a um declínio de 30% nas vendas de inseticidas para lagartas do algodão na safra 2020-21, para US$ 101 milhões, contra US$ 144 milhões do ciclo 2019-20, a companhia de origem australo-americana AgBiTech ampliou sua dianteira no mercado de biolagarticidas da pluma. A participação da AgBiTech saltou de 47% para 78% do segmento, ante uma retração também observada no mercado de biológicos em geral, da ordem de 60%. Os dados são do BIP – Business Inteligence Panel -, da Spark Inteligência Estratégica.

Conforme demonstram os números da consultoria, a AgBiTech já vinha na posição de líder do segmento de biolagarticidas para algodão desde a safra 2019-20, quando crescera acima de 600%, na comparação com a safra 2018-19. Os estudos BIP Soja e Bip Milho, ambos divulgados pela Spark no mês passado, também trouxeram a companhia australo-americana na liderança em seu segmento de atuação.

Na oleaginosa, o market share da empresa saltou de 17%, na safra 2019-20, para 37%. Já no milho, a participação medida foi de 31%, com avanço acima de oito vezes, em área tratada, em relação ao ciclo anterior. “Chegamos a 3,5 milhões de hectares tratados com nossos produtos, nas principais culturas do agronegócio, após três safras comerciais”, destaca o engenheiro agrônomo e diretor de marketing da AgBiTech Brasil, Murilo Moreira.

Segundo Moreira, a pesquisa da Spark coloca a AgBiTech, ainda, entre as sete principais comercializadoras de inseticidas para lagartas do algodoeiro, ao lado de companhias de defensivos agrícolas químicos. “Trata-se de um resultado relevante, sobretudo ao se considerar que houve redução de 17% na área cultivada da pluma, além de 11% menos aplicações de produtos, frente ao ciclo 2019-20”, revela Moreira.

Conforme o executivo, o crescimento contínuo da AgBiTech no mercado de biolagarticidas para o algodão vem associado às vendas do produto de marca Cartugen. Fabricado à base de baculovírus, diz Moreira, o bioinsumo tem sido bem-avaliado e ganhado adesão crescente como ferramenta estratégica ao produtor no manejo da Spodotera frugiperda. Também conhecida como lagarta-do-cartucho, complementa o agrônomo, essa praga, de difícil controle, é tida hoje como principal entrave fitossanitário à produtividade da pluma.

“Embora a pressão da Spodoptera frugiperda tenha sido menor na safra 2020-21, a lagarta é agressiva. Ela ocasiona danos diretamente na maçã da planta, com forte impacto negativo à produção. Entendemos que o crescimento de Cartugen se deve, principalmente, à ação protetiva que o produto transfere às estruturas reprodutivas do algodoeiro”, conclui Murilo Moreira. 

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