Curso de capacitação reúne produtores de morango na Embrapa Hortaliças

27.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

A Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) recebeu na última sexta-feira (24/04) um grupo de produtores de morango da região do Distrito Federal. Eles receberam orientações e instruções a respeito da importância de produzir alimentos seguros, tanto do ponto de vista da saúde dos consumidores, como do retorno financeiro propiciado pela atividade.

Os produtores estiveram acompanhados por técnicos da Emater-DF, à frente o gerente da Unidade Local de Brazlândia, Blaiton Carvalho.

A participação de produtores e extensionistas faz parte do roteiro previsto no projeto "Segurança alimentar e inclusão social na cadeia produtiva de morango do DF: agregação de valor, geração de renda, capacitação técnica e redução da pobreza no meio rural", que envolve um pool de instituições como a Embrapa Hortaliças, Emater-DF, Universidade de Brasília e Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Esta última foi o destino, em setembro de 2008, de dez extensionistas da Emater que participaram, com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, de um curso de capacitação na área de produção e pós-colheita de morango, e conheceram a experiência local de transferência de tecnologia.

O pesquisador Celso Moretti, chefe geral da Embrapa Hortaliças, que deu início aos trabalhos, discorreu sobre o tema Boas Práticas Agrícolas – BPAs do morango, "fundamentais para dissociar o produto da aplicação indiscriminada de agrotóxicos". Para fazer um contraponto a essa ideia, segundo ele, é essencial que a cadeia produtiva do morango leve em conta os elementos que podem maximizar ou minimizar os riscos de oferecer ao mercado um produto contaminado. "Não apenas com excesso de agrotóxicos, mas também com a presença de micro-organismos prejudiciais à saúde", acrescenta.

Para Moretti, o princípio básico que deveria nortear toda essa questão está diretamente relacionado a uma tomada de consciência que pode ser conferida a partir da seguinte reflexão: "Somos produtores de alimentos e se o que produzimos pode ser consumido sem riscos pelas nossas famílias, pode também ser oferecido à população".

O pesquisador observou que as normas preconizadas nas BPAs não se constituem em simples imposições, mas os meios que permitem ao produtor atingir novos mercados e consolidar a sua posição junto ao mercado consumidor. E afirmou sua certeza no sucesso do projeto do morango, tendo em vista a união de forças em torno dele. "A Embrapa Hortaliças e a Emater, sozinhas, não vão conseguir alcançar os resultados esperados se não houver o engajamento dos produtores", destacou Moretti.

A pesquisadora Iriani Maldonade reforçou as recomendações de Celso Moretti, ao chamar a atenção para o fato de que todos os envolvidos nas diferentes etapas do processo produtivo do morango são responsáveis pela segurança do alimento. A Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC, um sistema de gerenciamento que prevê o cumprimento de diversas etapas dentro da cadeia produtiva, foi apresentada por Iriani como mais uma ferramenta para alcançar o objetivo de produzir alimentos seguros.

Segundo ela, o sistema permite detectar onde está o problema, como e quem pode resolver, mas faz uma ressalva: seu êxito depende da correta aplicação das BPAs, "base de qualquer tipo de gerenciamento".

SISTEMA DE RASTREABILIDADE

Traduzido pela pesquisadora Leonora Mansur como "comprar morango e saber a sua origem", o sistema de rastreabilidade ainda é pouco conhecido pela maioria dos produtores. Mas por pouco tempo, já que uma das propostas do projeto prevê a implantação da rastreabilidade nos diversos segmentos da cadeia produtiva. "Na prática, isto significa que o consumidor ficará informado sobre todo o caminho percorrido pelo morango, através das informações contidas nas embalagens", assinalou.

A esse respeito, a pesquisadora alertou para a necessidade dos registros por parte dos produtores, para que todo o processo de produção tenha o "seu DNA" devidamente identificado. "Dessa forma, o produtor terá os elementos para contestar uma possível informação que considere equivocada, como a de que o morango produzido na sua propriedade apresenta altos índices de resíduos de agrotóxicos. Não tendo como provar sua isenção, poderá sofrer grandes prejuízos."

Produção Integrada foi o último tópico abordado. O pesquisador Jorge Anderson foi o responsável pela apresentação do tema que fechou mais uma etapa do curso de capacitação.

No próximo encontro, com data a ser confirmada, os temas versarão sobre Manuseio e Pós-Colheita.

ANELISE MACEDO

Embrapa

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