Curso da Abapa, sobre classificação, mira conhecer a demanda da indústria têxtil

Abapa concluiu o primeiro dos três módulos do curso Processos de Classificação em Pluma, executado pelo Centro de Treinamento de Treinamento da entidade, em parceria com o SENAI, via Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT)

25.07.2022 | 17:22 (UTC -3)
Catarina Guedes

A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) concluiu, na semana passada, o primeiro dos três módulos do curso Processos de Classificação em Pluma, executado pelo Centro de Treinamento de Treinamento da entidade, em parceria com o SENAI, via Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT). O objetivo do curso foi esclarecer para produtores e profissionais que trabalham nas unidades de beneficiamento de algodão (UBA), as chamadas “algodoeiras”, sobre como procedimentos adotados neste, que é o primeiro elo industrial da produção da fibra, podem impactar positiva ou negativamente a fabricação do fio. Da mesma forma, aspectos relativos à produção, que começam pela escolha das cultivares, assim como o ataque de pragas, doenças e a presença de impurezas e contaminantes no produto.

Mais que focalizar os aspectos técnicos, a capacitação começou por apresentar aos produtores e beneficiadores a indústria têxtil em si, seu funcionamento e suas “dores”, explica a instrutora do SENAI/CETIQT, Micheline Maia Teixeira. “A ideia foi aproximar o olhar da produção do da transformação. Entender como, por exemplo, a ‘caramelização’ – efeito da ação de um inseto – traz problemas para a indústria, como o enrolamento e a necessidade de várias paradas no maquinário para limpeza”, relata, acrescentando que a caramelização também acarreta fios com qualidade abaixo da esperada, com mais irregularidades no produto acabado. Segundo a instrutora, é muito importante que o produtor brasileiro conheça a indústria nacional, o tipo de maquinário que ela utiliza, e que tenha sempre em mente as demandas do consumidor final, que chegarão primeiro ao elo industrial e depois ao campo.

O gerente do Centro de Classificação de Fibras da Abapa, Sergio Brentano, ressaltou a fala de Micheline e destacou que os processos na algodoeira também podem ser mais gentis à fibra. “Sem causar danos desnecessários à qualidade. Este aprimoramento no trato do produto na UBA estamos vendo ano a ano”, diz. Ele acrescenta que a classificação correta da pluma, de acordo com as suas características intrínsecas, irá fazer diferença na montagem dos lotes. “Garantindo que o algodão correto encontre a sua demanda”, concluiu.

Fernada Zanotto é produtora rural e sua família tem uma algodoeira que, além de atender à própria produção do Grupo Zanotto, presta serviço a outros produtores da região. “Quando me inscrevi neste curso, minha intenção não foi me tornar uma classificadora, mas, ao ter uma percepção maior sobre a demanda dos nossos clientes, aprimorar o produto que entregamos. Nunca estive numa fiação e esta capacitação foi importante como um contato inicial com o universo deste elo da cadeia produtiva. Já estou ansiosa pelos próximos módulos”, afirma Fernanda Zanotto.

Serviço

Curso: Processos de Classificação de Algodão em Pluma

Módulo 2

Como adotar as melhores práticas de laboratório para a análise da fibra de algodão

Data: de 08 a 11 de agosto de 2022

On-line

Módulo 3

Classificação do algodão em pluma, com base no padrão universal do USDA

Data: 22 a 25 de agosto de 2022

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