Encontro para compartilhar conhecimentos em virologia vegetal
O evento contou com a participação do pesquisador da Esalq, Elliot Watanabe Kitajima, uma das maiores autoridades na área na comunidade científica
Inovação e transformação são duas características que marcam a história do Centro de Tecnologia Canavieira. A empresa 100% nacional, com foco em pesquisa, desenvolvimento e comercialização de variedades de cana-de-açúcar, completa, em 2019, 50 anos de sua fundação.
Para marcar esse momento, o CTC lança o livro “Centro de Tecnologia Canavieira – 50 anos”, contextualizando o surgimento da empresa, destacando as transformações pelas quais passou ao longo dos anos, a evolução das pesquisas e como se posiciona para os desafios que estão por vir, ao mesmo tempo em que revela as profundas conexões entre o crescimento da empresa e o desenvolvimento do setor sucroenergético no Brasil.
Para Gustavo Leite, presidente do CTC, inovação é uma questão central para a competitividade de qualquer país. “No ano que o CTC completa seu cinquentenário, nos sentimos muito orgulhosos por ter contribuído, por meio de diversas inovações, para tornar o setor sucroenergético brasileiro o mais competitivo do mundo. Dos primeiros cruzamentos de variedades à engenharia genética de ponta, foram cinco décadas de desafios, conquistas e muito aprendizado”, destaca o executivo.
Com sede em Piracicaba, no interior do estado de São Paulo, o CTC teve uma longa trajetória até se tornar a principal referência em tecnologia canavieira no Brasil e no mundo. O CTC nasceu há 50 anos como iniciativa da Copersucar, suportado pela convicção de que a inovação tecnológica se caracteriza vital para a competitividade e longevidade da indústria sucroalcoleira.
A primeira transição ocorreu em 2004, quando o CTC passou a ser uma associação sem fins lucrativos com a participação dos principais grupos sucroenergeticos do país. Com a evolução das pesquisas e as mudanças ocorridas no setor ao longo dos anos, em 2011 o CTC se transformou em uma S/A e iniciou-se a implementação da nova estratégia de negócios, com a comercialização de suas variedades por meio de royalties e a modernização do programa de melhoramento genético, com a instalação de polos regionais e encurtamento do ciclo de desenvolvimento de variedades.
Em relação à organização estrutural, o ano de 2014 marcou mais um passo importante da empresa: a entrada do BNDESPar como acionista. Com isso, em 2017, a empresa foi listada na Bolsa de Valores e planeja a abertura de capital, o que deverá atrair os investimentos necessários para que as pesquisas sejam ampliadas, trazendo ainda mais destaque e produtividade ao CTC, uma empresa que há 50 anos celebra as oportunidades do futuro.
Ao se definir como empresa de tecnologia, o CTC foca seus esforços em pesquisa e desenvolvimento em áreas que tragam expressivos ganhos de produtividade para a cana.
Na área da biotecnologia, isso se dará em três frentes, duas delas no campo da genômica: a transgenia permitirá desenvolver e lançar novas variedades que incorporem características de outras espécies e a edição genômica irá usar novas tecnologias para ativar ou desativar características já presentes no código genético da própria cana-de-açúcar, reforçando ou atenuando traços que afetem o desempenho da planta em termos de resistência, maturação, teor de sacarose e outros, conforme o necessário. A terceira frente é a da semente artificial, que libertará o agricultor das restrições impostas pelas características intrínsecas da cana-de-açúcar e aumentar a eficiência da cultura.
Mas os avanços também irão além da biotecnologia. Ao associar o conhecimento – tanto já adquirido quanto a desenvolver – nessa área com novas frentes de estudos no campo da tecnologia da informação, o CTC usará o poder dos dados para alavancar os ganhos da biotecnologia, trazendo para o setor sucroalcooleiro benefícios que vão muito além daqueles contidos nas plantas propriamente ditas – por exemplo, permitindo ajustar com precisão o cultivo às características de cada propriedade. Ou, até mesmo, empregando algoritmos para apoiar as decisões usualmente tomadas nas diferentes etapas de produção.
A união de todos esses esforços trará resultados revolucionários para o setor: variedades de cana com características meticulosamente estabelecidas, plantadas na forma de sementes por máquinas ágeis e eficientes segundo um plano de cultivo ajustado às diferentes partes de cada propriedade. Os ganhos de produtividade e as economias de custo serão enormes, com impacto direto sobre a lucratividade do agricultor. É por isso que, chegando aos seus cinquenta anos, o CTC, muito mais do que o passado, celebra o futuro.
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