Crise hídrica: perspectivas para o setor de irrigação

17.03.2015 | 20:59 (UTC -3)

A Região Sudeste do país está passando pela pior crise hídrica dos últimos 84 anos. Como consequência, um dos setores prejudicados é a agricultura e, por sua vez, a área de irrigação.

Fernando Dantas, gerente da unidade de Irrigação da Víqua, indústria de plásticos que completou 20 anos em fevereiro, analisa os impactos para o mercado. “A falta de água em diversas regiões do Brasil vem afetando o consumo e a busca por equipamentos/sistemas de Irrigação. Em alguns Estados, o governo está lacrando bombas e perímetros irrigados e, em muitos casos, aplicando rodízio de utilização do recurso para irrigação. Com estes fatores, começamos a sentir a diminuição de investimentos em novas áreas irrigadas e a manutenção em áreas já produtoras. O movimento das lojas especializadas caiu e já sentimos nas reposições dos últimos três meses”, relata.

De acordo com Dantas, 2013 e 2014 foram anos de alto consumo das reservas hídricas, sem haver reposição. “As empresas concorrentes do setor de irrigação estavam com estoque elevado, querendo vender seus produtos. Com a crise hídrica, uma vez que não há água, não há como irrigar. Então, quando surgia uma oportunidade, todas as concorrentes se voltavam para ela”, explica.

Para 2015, o gerente não prevê um cenário muito positivo para irrigação nas principais regiões consumidoras – Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste – onde lavouras e reservatórios foram assolados pela seca. Para o gerente, se houver regularidade de chuvas nestas regiões até março, é possível “salvar o ano”. “Mesmo com a redução e a escassez do recurso, não temos uma expectativa tão boa, porém, com um trabalho diferenciado e buscando novas oportunidades, acreditamos num crescimento de 25%”, afirma. “Temos o diferencial de ter uma equipe forte, persistente e eficiente atuando em um cenário de incerteza”, frisa Dantas.

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