​Cotonicultores da África e da América Latina debaterão cooperação no 11° CBA

Entre os 36 participantes vindos da América Latina e os 32 oriundos da África, estarão presentes também representantes de governos de alguns desses países

22.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Catarina Guedes

Produtores e pesquisadores de algodão de países da África e da América Latina, com os quais o Brasil mantém um acordo de cooperação técnica, através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), participarão, entre os dias 29 de agosto e 1° de setembro, de uma intensa agenda de discussões e minicursos na programação do 11° Congresso Brasileiro do Algodão (11° CBA), que acontecerá no Pavilhão de Exposições do Centro de Convenções de Maceió/AL. Entre os 36 participantes vindos da América Latina e os 32 oriundos da África, estarão presentes também representantes de governos de alguns desses países. O 11° CBA, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), é uma oportunidade para que os parceiros da cooperação brasileira troquem experiências e reforcem laços de solidariedade para o desenvolvimento da cultura do algodão e, consequentemente, econômico e social, nos, aproximadamente, 20 países envolvidos.

Durante a programação, serão abordados os desafios e oportunidades da cooperação Sul-Sul na cadeia de valor do algodão na África e América Latina. O acordo de cooperação técnica aplica recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), com os quais foi possível, somente entre os anos de 2014 e 2016, capacitar em torno de 4,5 mil pessoas em 12 países da África e oito da América do Sul.

Segundo o embaixador João Almino, diretor da ABC, órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), o fortalecimento da cadeia produtiva do algodão nos países cooperantes é o objetivo do acordo, que, nesse sentido, se estende a frentes como a promoção do trabalho decente. "São ações importantes para aqueles países e para o Brasil. Um exemplo é o que aprendemos no campo fitotécnico. No combate e controle de pragas que ainda não existem por aqui, mas que, eventualmente, podem migrar, e, dessa forma, podemos nos preparar. Outro ganho é no acesso a novos materiais genéticos, que promove a diversificação nas lavouras brasileiras", explica o embaixador. Ainda segundo o diretor da ABC, as discussões multilaterais e os vínculos que o Brasil estabelece com esses países são de grande relevância política, e também colaboram para o incremento do consumo de algodão. "Enfatizamos o uso das fibras naturais ante as sintéticas, e isso se reflete em toda a cadeia produtiva", afirma.

Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, a vinda das lideranças dos países integrantes do acordo de cooperação para participar do 11° Congresso Brasileiro do Algodão cria uma oportunidade de benchmarking muito salutar, seja no âmbito agronômico, político, social ou econômico. "O Brasil é uma liderança no bloco da América do Sul, e, sem dúvida, um player importante no mundo. Abrir-nos à discussão e à solidariedade sempre pode contribuir para o nosso aprimoramento. Cooperação é uma via de mão dupla", conclui Arlindo Moura.


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