Cooperação fundamental

13.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

“É preciso que a pesquisa feita em São Paulo interaja mais com outros países. É preciso que a pesquisa em São Paulo amplie a cooperação com a Europa”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

Ele falou na abertura de workshop realizado quinta-feira (12/11), na sede da Fundação. O evento teve por objetivo discutir a ampliação da cooperação internacional dos pesquisadores brasileiros com programas de pesquisa da União Europeia (UE).

“A União Europeia, além da tradição acadêmica e científica, tem uma estratégia agressiva de buscar colaborações em outros países”, disse Brito Cruz, destacando que os pesquisadores brasileiros tendem a achar que os assuntos da UE não têm relação com os temas brasileiros.

Participaram do workshop coordenadores de Projetos Temáticos e dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. Os pesquisadores puderam esclarecer e tirar dúvidas sobre os chamados Programas-Quadro (“Framework Programmes”), que são o principal instrumento de financiamento utilizado pela UE para apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento.

O 7º Programa-Quadro (Seventh Framework Programme – FP7) é a versão atual da iniciativa que existe desde 1984. O Bureau Brasileiro para a Ampliação da Cooperação Internacional com a União Europeia (B.Bice), criado em 2005, é responsável por divulgar e esclarecer os programas existentes por aqui.

O coordenador do B.Bice, Paulo César Egler, falou da importância de conhecer o programa. “Nas edições anteriores do Programa-Quadro cerca de 230 milhões de euros – de um total de 295 milhões de euros – não foram utilizados pela simples falta de projetos”, disse.

Segundo ele, falta cultura na pesquisa brasileira de elaboração de projetos de cooperação. “Não temos instituições nem unidades dentro das universidades que possam auxiliar os pesquisadores nesse sentido. Faltam informação e instrumentos que avaliem o nível de exigência de cada edital, principalmente nos casos de projetos de cooperação em que há dificuldades adicionais.”

O FP7 dispõe de um orçamento de mais de 50 bilhões de euros para serem investidos em áreas temáticas como saúde, agricultura, tecnologias de informação e comunicação (TICs), nanociências, energia e meio ambiente, transportes e ciências socioeconômicas. A área de TICs é a maior no programa, com cerca de 9 bilhões de euros, seguida da saúde, com 5,9 bilhões, e transportes, com 4,1 bilhões.

No workshop, os pesquisadores conheceram com detalhes as possibilidades de cooperação e da participação de universidades, institutos e empresas. Também foram informados sobre como acessar editais, encontrar documentos importantes, metodologia e busca de parceiros, entre outros tópicos.

O coordenador do B.Bice afirmou que uma das principais dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores brasileiros está na busca por parceiros de pesquisa nos países membros da UE e com países terceiros (que não fazem parte de Estado membro ou que não são associados).

“Há um número mínimo de três países diferentes para cada categoria. Em linhas gerais, os passos para a participação envolvem conhecimento das possibilidades do programa específico, busca de parceiros de pesquisa, preparação da proposta de projeto, submissão e, por último, avaliação. Todo o processo é feito pela internet”, explicou.

Segundo Egler, na página do B.Bice há uma série de informações sobre o processo e canais de contato para auxiliar os pesquisadores interessados. Em julho, o programa lançou 53 novos editais para apresentação de propostas em várias áreas temáticas. E, até 2013, quando terminará o 7º Programa-Quadro, vários editais deverão ser lançados a cada fim de ano. “Mas editais específicos podem também ser lançados esporadicamente”, disse.

Mais informações:

ou (61) 3368-6486/3969.

Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025